Foi em Agosto de 2020 quando tudo estourou, da pior maneira possível, e mudou minha vida para sempre.
Havia arrumado por WhatsApp com Sara, muito secamente, para eu ir buscar algumas pertenências que haviam ficado lá e que nunca levaria. Nada importante, apenas livros e roupa que talvez nem usava mais, mas não queria que ficassem lá. Sara me disse que às 15 horas não haveria ninguém em casa e como eu ainda tinha a chave magnética e a do apartamento podia ir tranquilo para retirar o que precisasse. Infelizmente, quando me preparava para sair de casa para chegar à hora certa, recebi um email urgente do trabalho com uma emergência que precisava ser resolvida imediatamente. Me conectei com meu time de trabalho e, após duas horas, os deixei para continuarem, com o trabalho em andamento.
Mas, é claro, isso me fez chegar atrasado, apenas como às 18 horas. Ao entrar no edifício, agarrei uma sensação ruim no estômago quando vi Armando atrás do balcão de portaria com alguns papéis. Me calmei rapidamente e decidi simplesmente passar para os elevadores e ignorá-lo completamente. Já esperava uma situação potencialmente tensa acima, com Sara e Micaela já em casa àquela hora, e não queria essa situação também. Por isso, caminhei em silêncio frente a ele, apressando o passo sem dizer nada.
“Boa tarde...”, ouvi que me disse enquanto passava. Ignorei-o. Ao ver que não respondi, elevou a voz e me disse novamente “BOA TARDE!”. A sangue fervia, mas me frenei, me virei, assenti com a cabeça e respondi suavemente.
“Boas tardes.”, apenas disse.
Anos depois, uma pessoa que se tornou um grande amigo meu disse algo muito certo, que eu até então não havia dado conta. Disse que havia muita gente na vida que eram maus perdedores. O mundo estava cheio de maus perdedores. Mas, para saber por quê, também há... alguns poucos que são maus ganhadores. E esses são piores. Armando havia me ganhado. Não só ganhou, me havia ganhado por goleada. Me sacou primeiro a quem considerava minha filha, depois a minha parceira e junto com as decisões horríveis de Sara corrompiu as duas, contribuindo para colocar as coisas tão mal que tive que deixar minha casa. Já está. Eu perdi e o partido, por dizer assim, havia terminado.
Mas alguns filhos da puta, veja, não podem com seu gênio e quando ganham querem ganhar mais forte. Armando esperou que meu elevador chegar e quando estava abrindo as portas se despachou.
Saúde às meninas', puto.
Esse foi o erro dele. Aqui foi quando Armando, sem saber, perdeu tudo. Mas isso veio muito depois. Ao escutar o que disse perdi toda noção de tudo, diria. Estalhei de bronca e corri para onde estava sentado para abalanzar-me sobre ele. Ele se sobressaltou ao me ver atacando e logo nos enredamos. Eu, admito, nunca soube lutar, jamais havia tido que fazer isso e por sorte Armando parecia que muito tampouco. Eu sou alto e magro, enquanto Armando, como sabem, é bem gordo e macizo e mais forte do que eu. Nos enredamos ali no hall e entre forcejeos, alaridos e puteadas começamos a nos dar trompadas. A verdade é que cobramos os dois. Durante um forcejeo Armando se ressaltou e caiu no chão, o que aproveitou para se levantar e tentar tomar distância de mim abrindo a porta da rua do edifício e tropeçando até a calçada. Eu o segui a grito pelado e nos enredamos novamente ali fora, a puro grito e puteada limpa.
Não me perguntam de onde, juro que não me lembro e com o torvelinho de emoções que eu carregava nesse momento há coisas que não me lembro, mas se lembro que de algum lado saí uma vara de árvore bastante grossa, certa de um dos árbores da quadra, que devia estar ali à mão, caída na calçada, não sei, e me abalancou ao velho com essa arma improvisada. Comecei a dar duro no bulto sem apontar, mientras o velho estava fudendo e se cobria com o braço como podia até que caiu novamente na vereda e eu seguia lhe dando enquanto estava no piso, completamente desencajado de furia. Ahí sinto que me agarram de trás bem forte e me põem um braço apertando a garganta, como em uma tomada de judô ou algo assim. Havia perdido toda noção do meu entorno, mas se haviam juntado dois ou três pessoas que passavam para ver o que estava ocorrendo e de algum lado saiu um polícia, que foi quem me retentou.
Perdi um pouco o ar e me senti debilitado, caindo na vereda com o polícia em cima de mim, retenindo-me com seu peso e dobrando um braço muito dolorosamente. Me manteve aí um tempo, eu com a cabeça no piso podia ver pouco mas Armando já não estava à vista, havia entrado. Logo chegou um patrulheiro com mais efetivos, me esposaram e me rodearam. Estiveram alguns minutos falando por seus telefones, me revistiram a carteira e minhas pertenças, fazendo-me perguntas que eu nem queria responder, me carregaram no patrulheiro e me levaram à delegacia, onde me processaram e passei a noite.
Passei uma noite de merda na cela, sem poder dormir nada dos nervos e da incomodidade. A polícia não me tratou nem bem nem mal, mas me ignoravam bastante. No outro dia pude comunicar-me com minha advogada e ela veio ver-me. Contei-lhe tudo e disse que já havia descoberto antes de entrar para ver-me e que Armando me havia apresentado uma denúncia por agressão e lesões, alegando que eu lhe havia partido um pulso. O qual por ali era verdadeiro ou não, mas não tinha forma de saber. Ela disse que faria o possível para me libertar, mas com uma denúncia já apresentada era muito difícil.
Um dia após me transferiram para outra unidade policial, um pouco mais confortável por sorte, e me mantiveram aí detido vários dias enquanto minha advogada dizia que estava fazendo tudo o possível para me libertar mas se havia complicado porque o promotor da vez parecia que se negava a deixar-me livre argumentando que eu era um perigo e uma pessoa evidentemente de risco para a integridade dos outros. Estive quase uma semana mais lá e nesse tempo eu me informei de que haviam-me sido formalmente preso preventivamente por tudo o que havia acontecido. Não só isso, senão que a filha da puta de Sara, segundo disse minha advogada, também aproveitou para denunciar-me por violência doméstica e de gênero, pelo que o procurador somou sua denúncia à de Armando e juntou tudo em uma mesma causa contra mim. Eu sabia que Sara havia feito isso para tentar finalmente se desfazer de mim e castigá-me à sua maneira, mas igual me deu nas pelas que no meu pior momento ela também se somasse a fazer a minha vida pior. Pior ainda do que já o havia feito.
Finalmente me passaram para a custódia do Serviço Penitenciário Federal e me alojaram em um dos CPF para adultos que funcionava dentro da prisão de Devoto, separado do resto da população da prisão. Tive uma sucessão de audiências várias com minha advogada, o procurador e outros advogados querellantes sobre aquilo que sentia, na minha confusão, que era tudo um remolho de legalidade, burocracia e desespero que chegou a um ponto em que eu já não sabia para que era cada audiência. Uns meses depois finalmente nos apresentamos com minha advogada à audiência final por Zoom, com o juiz e todas as partes, que durou algumas horas. Minha advogada tentou por todos os meios argumentar que meu caso com Armando havia sido apenas uma briga, e queria que se considerasse como tal, pois apenas levaria uma pena de 120 dias de prisão (que já havia cumprido) até seis meses. O procurador querellante, no entanto, se amparava em que havia sido absolutamente premeditado e também se apoiou na denúncia de Sara para solicitar ao juiz que se tomasse como agressão e lesões, com intento de assassinato em grau de tentativa, o que incursionaria uma pena de 3 a 6 anos.
Também saiu à luz durante esta audiência que, devido à denúncia de Sara por violência doméstica e de gênero, quando o advogado lhe tomou declaração para Micaela a nena diretamente mentiu dizendo que eu tinha comportamentos violentos em casa, que gritava com ela e às vezes a zurrava, o que me fez partir o coração. Minha advogada após a audiência contou-me que a nina disse isso provavelmente influenciada por Sara, que estava segura disso, mas assim eram os testemunhos de menores às vezes.
Um tempo depois, me deram sentença e a querela saiu com a sua, pois me deram 3 anos de prisão por agressão e lesões agravadas, com premeditação, junto com uma ordem de restrição perimetral em favor de Sara e Micaela, eficaz por 5 anos após cumprir minha condença e sair da liberdade. O juiz explicou que os cargos e a evidência eram graves, mas como era minha primeira incidência e não tinha nenhum tipo de crime ou condena previa, decidiu otorgar o mínimo da pena, com possibilidade de redução por bom comportamento ou trabalhos comunitários. Sem muito mais trâmite, pois eu já estava alojado no CPF, no outro dia me trasladaram para o presídio de Devoto propriamente dito, junto com a população comum, e me processaram para começar a cumprir minha condença.
Eu estava perdido e, na verdade, com um medo terrível. A primeira noite por sorte não passou nada, mas eu não fechei nem um olho por medo, mas o segundo dia, assim que os que estavam perto de mim me viram fraco, começaram a apurar mal, pedindo coisas muito ruins e sem acreditar quando lhes dizia que não tinha nada.
Por mais sorte que providência, eu creio, haviam alojado em um pavilhão com gente relativamente tranquila, comparativamente com o que eram outros setores da prisão. Lá estava eu, geralmente por roubo, e havia muitos que eram motochorros. Outros pavilhões eram muito mais pesados. E, ao mesmo tempo, estou seguro de que mais por providência do que sorte foi quando conheci o que terminaria sendo um dos meus melhores amigos da vida. Se chamava Darío, mas todos o chamavam Caniche. Caniche era já um tipo grande, passados os 50 anos. Era um malandro à antiga, de aqueles que se comportavam e tinham códigos. Para ele a delinquência era apenas uma profissão mais, a qual se havia dedicado toda a vida, desde criança até fins dos '80. O pai também havia sido delinquente desde a época de Onganía mais ou menos, e dele havia aprendido muito. Se o visse, podia passar perfeitamente por um funcionário ou um caixa de banco. Qualquer coisa. Mas tinha uma voz bastante imponente, se expressava sempre com muita confiança e não era um tipo para nada violento. Quando Caniche viu que os outros me apressavam e me começaram a tratar mal, irrompeu e os expulsou da cela por um tempo, ficando sozinho comigo. Me olhou como examinando-me e estendeu sua mão, a qual tomei e a apertei. Nós nos apresentamos e sentamo-nos a conversar na cela. Ofereceu-me mate e tomamos enquanto conversávamos, e assim fomos conhecendo-nos e fazendo amigos rapidamente. Não sei se se compadecia ao ver-me tão perdido e tão carne fresca, ou o que foi, mas sempre me tratou muito bem, muito amável e com muito respeito, o qual eu lhe devolvia sempre da mesma maneira ou melhor. Caniche contou que regulava uma banda dentro do pavilhão e fora da prisão. Uma banda de gente que ele empregava para trabalhos. Bom pessoal, a maioria, segundo ele, Não como os dos outros pavilhões, que... mamita, que elementos!, disse-me. Caniche se dedicava principalmente ao roubo de casas e veículos. De vez em quando seus contatos o empregavam para alguma outra coisa, para alguma mudança delitiva que saía por aí, mas isso era o roubo e a isso se dedicava. Disse-me que essa era a quarta vez que estava dentro, que já conhecia a todos e todos o conheciam a ele, especialmente os chefes dos outros pavilhões. Esta vez havia caído após um trabalho em Luján, porque um que empregou e meio não conhecia terminou buchoneando e fazendo cair os demais. pero que por sorte esse buchón “ya não estava”. Ele disse desde o início, em nossas primeiras conversas, “Vos fique tranquilo que aqui ninguém vai fazer nada com você. Se tratarmos bem, você se portar bem e nos bancar quando for necessário, você dormirá sem frazada porque nós e eu também vamos estar aqui para bancá-lo.” Eu assenti em silencio e ele continuou, “Vos viste o que são esses caras, os dos outros pavilhões, mamita! Eles têm a cabeça queimada pela droga. Assassinos, dependentes de drogas... são irrecuperáveis. Melhor perdermos do que encontrá-los, lembre-se. Não se meta em confusões com essa gente, se é que pode ser chamada de gente.” Claro, uma vez que entrei em confiança com ele, passávamos muito tempo juntos, tomando chimarrão e conversando sobre tudo. De futebol e religião. Até tecnologia. Ele era um pedaço de pau quando se tratava de coisas técnicas, sempre rindo, mas gostava de saber e conhecer para aplicar no seu trabalho. E naturalmente contei a ele tudo o que havia me acontecido, uma longa tarde, desde o início. Uma longa tarde de chimarrões, onde Caniche me escutava e fazia perguntas, evidentemente interessado e compreensivo. Ele tinha família, uma esposa e dois caras, então ouviu bem a história e foi tão amável e compreensivo comigo que lá terminamos de cimentar nossa relação de grande amizade. A verdade, para ser sinceros, meu tempo na prisão não foi ruim. Não se pense que as prisões aqui são como as que você vê nas películas ou séries, todos ordenados em suas celas, levados como ovelhas pelos guardas de lá para cá. Não sei como serão as de segurança máxima, mas as normais aqui não são assim. São como um convento, ou um bairro. Um formicígio de gente que às vezes se calma à noite, mas durante o dia parece uma vizinhança desordenada, cheia de música, gritos, risos e brigas. Algumas vezes podíamos fazer alguns choripanes em uma parrila que havia e que nos permitiam usar. Outras vezes, de repente... aparecia alguma bola e se armavam picadinhos, que nunca terminavam bem.
O primeiro mês da minha estadia, Caniche falou com os do Serviço Penitenciário e conseguiu que me passem a sua cela, a qual desde esse momento comecei a compartilhar com ele, com um de seus homens direitos que lhe chamavam Matu e com outro garoto muito jovem da banda. Caniche tinha outro homem de confiança, que lhe chamavam O Chile, mas esse estava em outra das celas. Eu me mantinha fora de todo tipo de confusão, mas às vezes, por mais que eu quisesse evitá-las, os quilombos encontravam-me. Quando isso acontecia, posso dizer com certa orgulho que eu me banquei, banqueei a banda e, tal como me havia prometido Caniche, eles me bancaram a mim. Passaram-se os meses e ganhei um lugar entre eles. Não na banda propriamente dita, não fazia trabalhos para eles e não intervivia nos trabalhos para fora que organizavam desde dentro da prisão (pelo menos não nesse momento, mais tarde sim).
Quando a banda viu que eu sabia de tecnologia, era programador e me dava muita maña para arrumar e configurar coisas, passei a ser muito apreciado. Era fato que sempre estava ajudando com algo. Limpar-lhes bem os celulares para que não houvessem rastros de alguma coisa, reinstalar-lhes coisas em um par de laptops recauchutadas que tinham, mostrar-lhes coisas que desconheciam e demais. A banda também começou a se interessar muito pelos conhecimentos que eu tinha, coisas que havia aprendido por motu proprio ou por minha profissão, então comecei a lhes ensinar coisas, enquanto se podia. Claro que não pude lhes ensinar algo tão complicado como programação, mas sim coisas de manutenção, instalação de software e sistemas operativos, como obter software crackeado e coisas assim. Também coisas que havia aprendido por minha conta, apenas de curioso e interessado, como por exemplo rootear telefones, métodos para clonar IMEIs, chaves magnéticas, dispositivos NFC, redes e várias outras coisas. Por isso muito rápido ganhei meu apodo. Todos começaram a me chamar de Hacker. Se me permitirem dar um conselho, nunca, mas nunca pensem que os presos estão abaixo de vocês. Nunca pensem que não podem aprender nada, que são ignorantes, e por amor de Deus, jamais, mas jamais os subestimen. Se há algo que há na prisão é tempo, e quando os presos veem que algo pode servir, seja o que for, aprendem e adoptam rápido. Eu me termine ganhando um lugar na banda, embora tenha sido ad honorem, graças a ser útil e bancarlos. E eles, especialmente Caniche e suas duas mãos direitas, sempre me respondiam com credibilidade. Na prisão passa de tudo, igual que fora, e há toda espécie de gente, igual que fora. Pode passar coisas mais insólitas e às vezes dar-se situações mais emocionantes. (Sómente posso contar uma dessas. Uma vez, durante nossas tardes longas de conversa com Caniche, surgiu o tema da música e eu disse que gostava do Metal. Ele era mais do rock clássico nacional, cumbia e algo de folklore. Metal não conhecia quase nada. Fiz-lhe ouvir Niño Jefe de Almafuerte no meu telefone e vi com espanto como Caniche quase perdia uma lágrima. Ele disse que a canção fazia com que ele se lembrasse muito do seu pai também. Pediu para eu mostrar mais Metal e agora gosta muito.) Claro, apesar de poder fazer isso e ter os elementos para fazer isso, desde que fui preso nunca mais revisei as câmeras do departamento. A verdade é que me dava vergonha fazê-lo diante de outras pessoas, por mais confiança que já tinhamos, e os momentos privados na prisão são muito poucos. Além disso, Caniche, em sua sabedoria e compreensão, sempre me disse para não fazer isso. Que eu o esquecesse, que estava pronto. Já foi, nene, me dizia, A vida é assim e a vida segue. Deixa atrás. Esquece e recria tua vida, você ainda pode quando sair de aqui. Sem ressentimento, todo bissssnessss., ria-se, alargando ases. Le hice caso. Juro que le hice caso lo mas que pude. Hasta que uma fatídica noite me sentia deprimido, não estava nada bem. Caniche nos havia contado esse dia, muito feliz, que iam largá-lo logo. Ele, o Chile e outros mais uns dias depois. Me senti triste por saber que não ia ver, nem compartir tanto com meu amigo. Chovia a cântaros lá fora e, pela primeira vez desde que entrei no penitenciário, me senti sozinho, apesar de compartilhar a cela com outras três pessoas. Me levantei do meu catre, busquei um recanto para não incomodar os outros que dormiam, e pus-me a revisar as câmaras no meu celular. Por suposto, ninguém estava lá para fazer backups se eu não estivesse, então o pobre disco rígido do gravador apenas mantinha os últimos 30 dias, sobreescrevendo um dia novo constantemente. Mas era algo, disse-me, e comecei a revisar esses dias, em silêncio com meus auriculares. Vi o que esperava ver. A Armando já praticamente vivendo naquela que era minha casa, com a que era minha parceira e com a que eu considerava minha filha. Às vezes o vi se agarrando a uma, às vezes a outra. Como sempre, mas parecia ter mermado a frequência do sexo que costumava ter com elas. Alguns dias estava lá, mas não passava nada. Dormia frequentemente, vários dias na semana, naquela que era minha cama junto com Sara. Um par de fins de semana vi que o departamento permaneceu completamente vazio. Imaginou que Armando havia se assegurado delas em sua casa em Tortuguitas. Mas houve uma noite, segundo o arquivo do gravador fazia seis dias, um sábado, que notei algo que me chamou a atenção visualmente enquanto recorria o arquivo rápido. Voltei atrás e pus-me a ver. Era ao redor das 22:30, já teriam comido eu imaginei, e os vi aos três no quarto, na cama grande. Traguei saliva, mas não parecia tão terrível. Parecia até normal, então pus-me a ouvir. Estavam os três na cama. Armando e Sara recostados com suas costas sobre a cabeceira da cama, com as pernas tapadas hasta sus cinturas. El con el torso desnudo y un brazo alrededor de Sara, acariciándola suavemente mientras que ella recostada sobre él, sobre su panza y costado, devolviéndole las caricias sobre su pecho peludo. Micaela estaba con ellos, pero sentada en la cama de piernas cruzadas, no estaba tapada y estaban hablando los tres, o en realidad parecía como que Armando y Sara estaban escuchando a Micaela, quien estaba solo con una remera puesta y una bombacha. Bueno, dale, hablemos, le dijo Sara a Micaela mientras Armando escuchaba en silencio. Micaela parecía querer contestar, pero no parecía encontrar las palabras o las formas. Sara le insistió, Dale, Miki, contanos que era lo que querías saber. Somos mami y Armando, mi love. Sabés que nos podés contar cualquier cosa. Lo que quieras., le sonrió dulcemente. Seh, dijo Armando. No tengas vergüenza mi vida, le seguía hablando Sara con dulzura, Sabés que nosotros siempre nos pudimos decir todo, no? Siempre fue asi y eso no va a cambiar nunca, te lo prometo. Micaela finalmente juntó coraje y habló, Tengo un poco de miedo. Eh? Miedo de que?, preguntó Armando y le tomó una mano, acariciándola con sus dedos toscos. No se, ma., respondió Micaela, A veces me cuesta adaptarme, dijo. Tanto tiempo había pasado, pensé, que ya sonaba tan adulta? Vos decís a la situación de ahora, no?, preguntó Sara, Que Armando ahora está con nosotras?. Micaela asintió con la cabeza y Sara le repreguntó, Sentís como que lo estás perdiendo a Armando? Puede ser, no se..., contestó Micaela. Sentís como que ya no te quiere? O que te quiere menos?, preguntó Sara Puede ser..., dijo Micaela mirándolo a Armando. Pero que decí, mami... le dijo Armando a Micaela con una sonrisa, Mirá si te voy a dejar de querer', ta' loca vo', muñequita? Y pero está con vos, contestó Micaela, Estás con mamá., le repitió a Armando. Si, y?, le contestó Armando, 'toy con tu mamá y también 'toy con vos', linda. Que problema ¿Qué? Sara lo frenó suavemente y le sonrió a Micaela, Lo que Mica quiere decir es que de repente se siente desplazada, y que le parece que perdió el lugar que tenía y en el que estaba cómoda, no Miki? Sí, algo así, no sé, contestó Micaela. Sara le sonrió y le habló dulcemente, Es parte de crecer, Miki. Crecer es aceptar cosas nuevas y aprender. Vos sos mi vida, Miki. Mi sol. Nunca pero nunca haría algo para lastimarte, eso lo sabés no? Obvio, ma... Bueno entonces por qué no aprendemos esto nuevo todos, mmm? Crecemos todos? Te parece? Para mí también es nuevo., dijo Sara. Pa' mi también, la verdad... , acotó Armando. Mica asintió y se arrimó a Armando para abrazarlo y descansar su cara sobre el pecho peludo, mientras que Armando la abrazaba con su brazo libre y le acariciaba la mejilla con una sonrisa. Sara los observó a los dos, también con una suave sonrisa, y estiró una mano para también acariciarle el pelo a la nena. Ya se, dijo Sara, Vos pensás que vas a dejar de tener tu intimidad sexual y tu relación con Armando, no? Ni en pedo, acotó Armando Mica se incorporó un poco y los miró a los dos, Sí, puede ser. No quiero eso. Sara tomó aire y pensó por un momento breve, Y nosotros tampoco queremos que la pierdas. Quedate tranquila. Yo sé que esto es... inusual, pero hagamos una cosa. Mirá. Pensalo así. Vos lo quieres a Armando y Armando te quiere a vos, no? Micaela asintió y Sara siguió, Yo ya sabés que lo quiero a Armando y él me quiere a mí. Nada de eso va a cambiar. Entonces, como te dije antes, aprendamos juntos. El amor entre personas es maravilloso, Miki, sé que lo sabés. Claro, ma. Aprendemos a compartir?, le preguntó Sara sonriendo, a lo que Mica le respondió con otra gran sonrisa de su ancha boca. Sara giró para decirle a Armando, Para vos también va, eh? Porque esto es un trato entre todos. Aprendemos a compartir? Ma' vale..., dijo Armando riéndose y estrujando cariñosamente la cintura de Sara Entonces no hay None of the problems, said Sara happily, Nothing really changes, Mica. I know it makes you very happy to please Armando. And it also makes me happy to do the same for him. And I know he loves us both equally.
Come here, beautiful... said Armando and helped Mica sit up a bit to bring her face close and give her a deep, loving kiss that Mica responded to while Sara watched with a smile. I like it this way, she told the girl, You know I love you, beautiful, and you also know I love your mom. Look, come here..., she said to Sara as she left her in an embrace and helped her sit up a bit on the bed.
Sara intuited what Armando wanted, sat up with his help and smiled as she lifted her loose blouse a little higher, revealing a noticeably swollen pregnant belly. Sara ran her soft fingers over her belly, and Armando did the same with his thick fingers. Mica laughed happily, looking at her mom's pregnancy.
It's not beautiful your mom? Eh?, asked Armando. Mica nodded and Armando asked again, Tell me the truth, isn't your mom beautiful?
Mica looked at Sara and between them they exchanged a sweet connection without words. Finally she said, Mom is beautiful.
Sara smiled and laboriously leaned forward to kiss Mica's forehead longingly, then to kiss Armando deeply and lovingly, a long kiss in which only Mica watched silently, playing with the hairs on Armando's chest.
I have the cutie' ma' linda' that there..., laughed Armando, as he stopped kissing Sara and incorporated Mica to give her another long and deep suckling that Mica seemed to return with passion. Sara went back to resting on Armando's chest and shoulder while also watching them.
After a moment of silence in which the three caressed each other, Armando slid his hand under the sheet and seemed to scratch his testicles or adjust something, which was probably already giving him signs of attention. Sara notou e pareceu pensativa um momento, enquanto continuava a receber carícias de Armando em sua cintura com sua outra mão. Olhou para Micaela um momento, esticou-se para dar outro beijo longo a Armando e perguntou a Micaela, Aprendemos juntos então? Micaela olhou-a, pensou por um momento e percebeu o que Sara lhe queria dizer. Riu baixo e tapou a boca, o que sempre fazia quando se sentia envergonhada. Ay maaaaa... não!, riu. O que está acontecendo?, perguntou Armando, que parecia não ter captado o que as duas haviam comunicado. Me da vergonha! Estás você!, continuou a rir Mica. Sara riu suave, Tens razão, Miki. Vamos devagarinho. De pouco em pouco., tomou o bordo da fronteira com que estavam tapados e o levantou como para criar lugar. Se quiseres, eu não te olho., sorriu à menina. Ufff... eu..., riu Armando Micaela riu forte com Armando e deslizou-se, escabullindo-se completamente e rapidamente sob a fronteira. Ela mesma tomou o bordo e o fechou sobre ela, tapando-se completamente. Depois de alguns segundos breves em que a menina encontrou o que buscava, a forma redonda da sua cabeça se via por debaixo da fronteira, inchando-a visivelmente. Logo a forma começou a mover-se suavemente e devagar sobre a altura das cadeiras de Armando, quem fechou os olhos e riu, Ufff... a puta mãe..... A forma da cabeça de Mica começou a se mover lento, para cima e para baixo ao tempo que Armando abria os olhos e observava a imagem da menina começando a chupar-lhe o pau por debaixo da fronteira. Armando e Sara se miraram, deram-se uns beijos profundos enquanto Micaela complacía no velho, e então se puseram a mirar o espetáculo, Armando amasando o cu de Sara em seu abraço enquanto os dois miravam, susurravam algumas coisas, se besavam e voltavam a seguir mirando. Se miravam, susurravam coisinhas e seguia mirando a menina complacer o velho. Armando começou a acariciar e a estrujar um dos seus... peitos para Sara com sua outra mão. Os seios de Sara pareciam ter crescido um pouco graças ao seu estado de gravidez, podia-se vê-los firmes e maiores, escapando-lhe um pouco da blusa confortável que ela usava. Em um momento, Armando começou a massagear mais firme Sara, movendo a mão que a abraçava bem abaixo até o seu cu e deslizando alguns dedos pela raya, o que aqueceu um pouco mais Sara que começou a beijar, enquanto parava para olhar a cabeça de Micaela que continuava subindo e descendo lentamente sob a frazada. Armando parou repentinamente e riu, levantando a frazada, Bom... parei eu... terminou o primeiro tempo, vamos... As duas riram jocosamente e Mica emergiu de baixo da frazada com um sorriso muito pícaro. Ela deslizou direto para a cara de Armando e se fundiram os dois em um beijo muito profundo, enquanto Sara observava e ria. Vês que não era tão difícil?, perguntou a Micaela, Cabeça aberta sempre, Mica. Micaela parou de beijar Armando e ficou pendurada no pescoço do velho, enquanto lhe sorria para Sara. Ela perguntou a Mica, Gostaste?. Claro, ma... Bom, vês que também gostou de Armando. Como sempre, linda... chupa' divino e não mudou nada, viteh? Como te disse a mãe disse a Micaela e começou a acariciar. Seu pudor se foi?, perguntou Sara a Mica enquanto Armando não parava de amassá-la o cu da que agora era sua mulher. Um pouco, sim., respondeu Mica com um sorriso brilhante. Sara fez uma cara socarrona para Mica e pareceu piscar-lhe um olho, Bom, agora é minha vez. E eu não tenho pudor...., disse ao mesmo tempo que deslizou a frazada para mostrar o seu barrigão peludo e o cock marrom, tieso, ereto e brilhante graças às atenções de Mica. A grande cabeça de poronga que Armando parecia quase explodir de inchada. Sara se aproximou, buscou uma posição confortável para acomodar sua barriga de gravida e sem mais tomou o cock duro de Armando pela base e levou-o à boca, comenzando a chuparlo apasionadamente, disfrutando cada centímetro que se hacía entrar y salir de la boca entre gemidos nasales. Armando começou a gemir profundamente novamente e abraçou Micaela com força, beijando-a apassionadamente e massageando-lhe o cu com uma mão, quem respondeu a tudo com prazer.
Apagálo, de repente eu senti a voz forte de Caniche por detrás de mim. Eu me virei surpreendido e ele estava parado lá atrás, olhando para meu telefone e para mim. Ele havia visto tudo? O que viu? O que alcançou ver? Apaguei o celular de vergonha pura e Caniche primeiro pôs uma mão no ombro e com a outra me entregou um pedaço de papel de cozinha. Eu tinha os olhos e as faces cheios de lágrimas e nem mesmo havia dado conta disso. Sequei como pude e Caniche sentou-se ao meu lado, na quietude da cela quase escura enquanto a chuva batia forte lá fora. Ele me colocou um braço em torno dos ombros e me apertou fortemente. É preciso ter força na vida, amigo. É preciso superar..., disse.
Mas eu explodi por dentro. Comecei a chorar novamente desconsoladamente e ele me ofereceu seu ombro. Foi a primeira e única vez na vida em que chorei no ombro de um amigo. Depois de um tempo até que eu me acalme, Caniche sem largar meu abraço chamou Matu até despertá-lo, fez com que viesse em silêncio e se sentasse conosco, na intimidade da nossa cela.
Matu, começou a dizer, Agora que saio com o Chile vamos ter que fazer um par de coisas. Foi quando nos contou o que pensava e um pouco do que pretendia fazer. Entre os três, falamos toda a noite.
Havia arrumado por WhatsApp com Sara, muito secamente, para eu ir buscar algumas pertenências que haviam ficado lá e que nunca levaria. Nada importante, apenas livros e roupa que talvez nem usava mais, mas não queria que ficassem lá. Sara me disse que às 15 horas não haveria ninguém em casa e como eu ainda tinha a chave magnética e a do apartamento podia ir tranquilo para retirar o que precisasse. Infelizmente, quando me preparava para sair de casa para chegar à hora certa, recebi um email urgente do trabalho com uma emergência que precisava ser resolvida imediatamente. Me conectei com meu time de trabalho e, após duas horas, os deixei para continuarem, com o trabalho em andamento.
Mas, é claro, isso me fez chegar atrasado, apenas como às 18 horas. Ao entrar no edifício, agarrei uma sensação ruim no estômago quando vi Armando atrás do balcão de portaria com alguns papéis. Me calmei rapidamente e decidi simplesmente passar para os elevadores e ignorá-lo completamente. Já esperava uma situação potencialmente tensa acima, com Sara e Micaela já em casa àquela hora, e não queria essa situação também. Por isso, caminhei em silêncio frente a ele, apressando o passo sem dizer nada.
“Boa tarde...”, ouvi que me disse enquanto passava. Ignorei-o. Ao ver que não respondi, elevou a voz e me disse novamente “BOA TARDE!”. A sangue fervia, mas me frenei, me virei, assenti com a cabeça e respondi suavemente.
“Boas tardes.”, apenas disse.
Anos depois, uma pessoa que se tornou um grande amigo meu disse algo muito certo, que eu até então não havia dado conta. Disse que havia muita gente na vida que eram maus perdedores. O mundo estava cheio de maus perdedores. Mas, para saber por quê, também há... alguns poucos que são maus ganhadores. E esses são piores. Armando havia me ganhado. Não só ganhou, me havia ganhado por goleada. Me sacou primeiro a quem considerava minha filha, depois a minha parceira e junto com as decisões horríveis de Sara corrompiu as duas, contribuindo para colocar as coisas tão mal que tive que deixar minha casa. Já está. Eu perdi e o partido, por dizer assim, havia terminado.
Mas alguns filhos da puta, veja, não podem com seu gênio e quando ganham querem ganhar mais forte. Armando esperou que meu elevador chegar e quando estava abrindo as portas se despachou.
Saúde às meninas', puto.
Esse foi o erro dele. Aqui foi quando Armando, sem saber, perdeu tudo. Mas isso veio muito depois. Ao escutar o que disse perdi toda noção de tudo, diria. Estalhei de bronca e corri para onde estava sentado para abalanzar-me sobre ele. Ele se sobressaltou ao me ver atacando e logo nos enredamos. Eu, admito, nunca soube lutar, jamais havia tido que fazer isso e por sorte Armando parecia que muito tampouco. Eu sou alto e magro, enquanto Armando, como sabem, é bem gordo e macizo e mais forte do que eu. Nos enredamos ali no hall e entre forcejeos, alaridos e puteadas começamos a nos dar trompadas. A verdade é que cobramos os dois. Durante um forcejeo Armando se ressaltou e caiu no chão, o que aproveitou para se levantar e tentar tomar distância de mim abrindo a porta da rua do edifício e tropeçando até a calçada. Eu o segui a grito pelado e nos enredamos novamente ali fora, a puro grito e puteada limpa.
Não me perguntam de onde, juro que não me lembro e com o torvelinho de emoções que eu carregava nesse momento há coisas que não me lembro, mas se lembro que de algum lado saí uma vara de árvore bastante grossa, certa de um dos árbores da quadra, que devia estar ali à mão, caída na calçada, não sei, e me abalancou ao velho com essa arma improvisada. Comecei a dar duro no bulto sem apontar, mientras o velho estava fudendo e se cobria com o braço como podia até que caiu novamente na vereda e eu seguia lhe dando enquanto estava no piso, completamente desencajado de furia. Ahí sinto que me agarram de trás bem forte e me põem um braço apertando a garganta, como em uma tomada de judô ou algo assim. Havia perdido toda noção do meu entorno, mas se haviam juntado dois ou três pessoas que passavam para ver o que estava ocorrendo e de algum lado saiu um polícia, que foi quem me retentou.
Perdi um pouco o ar e me senti debilitado, caindo na vereda com o polícia em cima de mim, retenindo-me com seu peso e dobrando um braço muito dolorosamente. Me manteve aí um tempo, eu com a cabeça no piso podia ver pouco mas Armando já não estava à vista, havia entrado. Logo chegou um patrulheiro com mais efetivos, me esposaram e me rodearam. Estiveram alguns minutos falando por seus telefones, me revistiram a carteira e minhas pertenças, fazendo-me perguntas que eu nem queria responder, me carregaram no patrulheiro e me levaram à delegacia, onde me processaram e passei a noite.
Passei uma noite de merda na cela, sem poder dormir nada dos nervos e da incomodidade. A polícia não me tratou nem bem nem mal, mas me ignoravam bastante. No outro dia pude comunicar-me com minha advogada e ela veio ver-me. Contei-lhe tudo e disse que já havia descoberto antes de entrar para ver-me e que Armando me havia apresentado uma denúncia por agressão e lesões, alegando que eu lhe havia partido um pulso. O qual por ali era verdadeiro ou não, mas não tinha forma de saber. Ela disse que faria o possível para me libertar, mas com uma denúncia já apresentada era muito difícil.
Um dia após me transferiram para outra unidade policial, um pouco mais confortável por sorte, e me mantiveram aí detido vários dias enquanto minha advogada dizia que estava fazendo tudo o possível para me libertar mas se havia complicado porque o promotor da vez parecia que se negava a deixar-me livre argumentando que eu era um perigo e uma pessoa evidentemente de risco para a integridade dos outros. Estive quase uma semana mais lá e nesse tempo eu me informei de que haviam-me sido formalmente preso preventivamente por tudo o que havia acontecido. Não só isso, senão que a filha da puta de Sara, segundo disse minha advogada, também aproveitou para denunciar-me por violência doméstica e de gênero, pelo que o procurador somou sua denúncia à de Armando e juntou tudo em uma mesma causa contra mim. Eu sabia que Sara havia feito isso para tentar finalmente se desfazer de mim e castigá-me à sua maneira, mas igual me deu nas pelas que no meu pior momento ela também se somasse a fazer a minha vida pior. Pior ainda do que já o havia feito.
Finalmente me passaram para a custódia do Serviço Penitenciário Federal e me alojaram em um dos CPF para adultos que funcionava dentro da prisão de Devoto, separado do resto da população da prisão. Tive uma sucessão de audiências várias com minha advogada, o procurador e outros advogados querellantes sobre aquilo que sentia, na minha confusão, que era tudo um remolho de legalidade, burocracia e desespero que chegou a um ponto em que eu já não sabia para que era cada audiência. Uns meses depois finalmente nos apresentamos com minha advogada à audiência final por Zoom, com o juiz e todas as partes, que durou algumas horas. Minha advogada tentou por todos os meios argumentar que meu caso com Armando havia sido apenas uma briga, e queria que se considerasse como tal, pois apenas levaria uma pena de 120 dias de prisão (que já havia cumprido) até seis meses. O procurador querellante, no entanto, se amparava em que havia sido absolutamente premeditado e também se apoiou na denúncia de Sara para solicitar ao juiz que se tomasse como agressão e lesões, com intento de assassinato em grau de tentativa, o que incursionaria uma pena de 3 a 6 anos.
Também saiu à luz durante esta audiência que, devido à denúncia de Sara por violência doméstica e de gênero, quando o advogado lhe tomou declaração para Micaela a nena diretamente mentiu dizendo que eu tinha comportamentos violentos em casa, que gritava com ela e às vezes a zurrava, o que me fez partir o coração. Minha advogada após a audiência contou-me que a nina disse isso provavelmente influenciada por Sara, que estava segura disso, mas assim eram os testemunhos de menores às vezes.
Um tempo depois, me deram sentença e a querela saiu com a sua, pois me deram 3 anos de prisão por agressão e lesões agravadas, com premeditação, junto com uma ordem de restrição perimetral em favor de Sara e Micaela, eficaz por 5 anos após cumprir minha condença e sair da liberdade. O juiz explicou que os cargos e a evidência eram graves, mas como era minha primeira incidência e não tinha nenhum tipo de crime ou condena previa, decidiu otorgar o mínimo da pena, com possibilidade de redução por bom comportamento ou trabalhos comunitários. Sem muito mais trâmite, pois eu já estava alojado no CPF, no outro dia me trasladaram para o presídio de Devoto propriamente dito, junto com a população comum, e me processaram para começar a cumprir minha condença.
Eu estava perdido e, na verdade, com um medo terrível. A primeira noite por sorte não passou nada, mas eu não fechei nem um olho por medo, mas o segundo dia, assim que os que estavam perto de mim me viram fraco, começaram a apurar mal, pedindo coisas muito ruins e sem acreditar quando lhes dizia que não tinha nada.
Por mais sorte que providência, eu creio, haviam alojado em um pavilhão com gente relativamente tranquila, comparativamente com o que eram outros setores da prisão. Lá estava eu, geralmente por roubo, e havia muitos que eram motochorros. Outros pavilhões eram muito mais pesados. E, ao mesmo tempo, estou seguro de que mais por providência do que sorte foi quando conheci o que terminaria sendo um dos meus melhores amigos da vida. Se chamava Darío, mas todos o chamavam Caniche. Caniche era já um tipo grande, passados os 50 anos. Era um malandro à antiga, de aqueles que se comportavam e tinham códigos. Para ele a delinquência era apenas uma profissão mais, a qual se havia dedicado toda a vida, desde criança até fins dos '80. O pai também havia sido delinquente desde a época de Onganía mais ou menos, e dele havia aprendido muito. Se o visse, podia passar perfeitamente por um funcionário ou um caixa de banco. Qualquer coisa. Mas tinha uma voz bastante imponente, se expressava sempre com muita confiança e não era um tipo para nada violento. Quando Caniche viu que os outros me apressavam e me começaram a tratar mal, irrompeu e os expulsou da cela por um tempo, ficando sozinho comigo. Me olhou como examinando-me e estendeu sua mão, a qual tomei e a apertei. Nós nos apresentamos e sentamo-nos a conversar na cela. Ofereceu-me mate e tomamos enquanto conversávamos, e assim fomos conhecendo-nos e fazendo amigos rapidamente. Não sei se se compadecia ao ver-me tão perdido e tão carne fresca, ou o que foi, mas sempre me tratou muito bem, muito amável e com muito respeito, o qual eu lhe devolvia sempre da mesma maneira ou melhor. Caniche contou que regulava uma banda dentro do pavilhão e fora da prisão. Uma banda de gente que ele empregava para trabalhos. Bom pessoal, a maioria, segundo ele, Não como os dos outros pavilhões, que... mamita, que elementos!, disse-me. Caniche se dedicava principalmente ao roubo de casas e veículos. De vez em quando seus contatos o empregavam para alguma outra coisa, para alguma mudança delitiva que saía por aí, mas isso era o roubo e a isso se dedicava. Disse-me que essa era a quarta vez que estava dentro, que já conhecia a todos e todos o conheciam a ele, especialmente os chefes dos outros pavilhões. Esta vez havia caído após um trabalho em Luján, porque um que empregou e meio não conhecia terminou buchoneando e fazendo cair os demais. pero que por sorte esse buchón “ya não estava”. Ele disse desde o início, em nossas primeiras conversas, “Vos fique tranquilo que aqui ninguém vai fazer nada com você. Se tratarmos bem, você se portar bem e nos bancar quando for necessário, você dormirá sem frazada porque nós e eu também vamos estar aqui para bancá-lo.” Eu assenti em silencio e ele continuou, “Vos viste o que são esses caras, os dos outros pavilhões, mamita! Eles têm a cabeça queimada pela droga. Assassinos, dependentes de drogas... são irrecuperáveis. Melhor perdermos do que encontrá-los, lembre-se. Não se meta em confusões com essa gente, se é que pode ser chamada de gente.” Claro, uma vez que entrei em confiança com ele, passávamos muito tempo juntos, tomando chimarrão e conversando sobre tudo. De futebol e religião. Até tecnologia. Ele era um pedaço de pau quando se tratava de coisas técnicas, sempre rindo, mas gostava de saber e conhecer para aplicar no seu trabalho. E naturalmente contei a ele tudo o que havia me acontecido, uma longa tarde, desde o início. Uma longa tarde de chimarrões, onde Caniche me escutava e fazia perguntas, evidentemente interessado e compreensivo. Ele tinha família, uma esposa e dois caras, então ouviu bem a história e foi tão amável e compreensivo comigo que lá terminamos de cimentar nossa relação de grande amizade. A verdade, para ser sinceros, meu tempo na prisão não foi ruim. Não se pense que as prisões aqui são como as que você vê nas películas ou séries, todos ordenados em suas celas, levados como ovelhas pelos guardas de lá para cá. Não sei como serão as de segurança máxima, mas as normais aqui não são assim. São como um convento, ou um bairro. Um formicígio de gente que às vezes se calma à noite, mas durante o dia parece uma vizinhança desordenada, cheia de música, gritos, risos e brigas. Algumas vezes podíamos fazer alguns choripanes em uma parrila que havia e que nos permitiam usar. Outras vezes, de repente... aparecia alguma bola e se armavam picadinhos, que nunca terminavam bem.
O primeiro mês da minha estadia, Caniche falou com os do Serviço Penitenciário e conseguiu que me passem a sua cela, a qual desde esse momento comecei a compartilhar com ele, com um de seus homens direitos que lhe chamavam Matu e com outro garoto muito jovem da banda. Caniche tinha outro homem de confiança, que lhe chamavam O Chile, mas esse estava em outra das celas. Eu me mantinha fora de todo tipo de confusão, mas às vezes, por mais que eu quisesse evitá-las, os quilombos encontravam-me. Quando isso acontecia, posso dizer com certa orgulho que eu me banquei, banqueei a banda e, tal como me havia prometido Caniche, eles me bancaram a mim. Passaram-se os meses e ganhei um lugar entre eles. Não na banda propriamente dita, não fazia trabalhos para eles e não intervivia nos trabalhos para fora que organizavam desde dentro da prisão (pelo menos não nesse momento, mais tarde sim).
Quando a banda viu que eu sabia de tecnologia, era programador e me dava muita maña para arrumar e configurar coisas, passei a ser muito apreciado. Era fato que sempre estava ajudando com algo. Limpar-lhes bem os celulares para que não houvessem rastros de alguma coisa, reinstalar-lhes coisas em um par de laptops recauchutadas que tinham, mostrar-lhes coisas que desconheciam e demais. A banda também começou a se interessar muito pelos conhecimentos que eu tinha, coisas que havia aprendido por motu proprio ou por minha profissão, então comecei a lhes ensinar coisas, enquanto se podia. Claro que não pude lhes ensinar algo tão complicado como programação, mas sim coisas de manutenção, instalação de software e sistemas operativos, como obter software crackeado e coisas assim. Também coisas que havia aprendido por minha conta, apenas de curioso e interessado, como por exemplo rootear telefones, métodos para clonar IMEIs, chaves magnéticas, dispositivos NFC, redes e várias outras coisas. Por isso muito rápido ganhei meu apodo. Todos começaram a me chamar de Hacker. Se me permitirem dar um conselho, nunca, mas nunca pensem que os presos estão abaixo de vocês. Nunca pensem que não podem aprender nada, que são ignorantes, e por amor de Deus, jamais, mas jamais os subestimen. Se há algo que há na prisão é tempo, e quando os presos veem que algo pode servir, seja o que for, aprendem e adoptam rápido. Eu me termine ganhando um lugar na banda, embora tenha sido ad honorem, graças a ser útil e bancarlos. E eles, especialmente Caniche e suas duas mãos direitas, sempre me respondiam com credibilidade. Na prisão passa de tudo, igual que fora, e há toda espécie de gente, igual que fora. Pode passar coisas mais insólitas e às vezes dar-se situações mais emocionantes. (Sómente posso contar uma dessas. Uma vez, durante nossas tardes longas de conversa com Caniche, surgiu o tema da música e eu disse que gostava do Metal. Ele era mais do rock clássico nacional, cumbia e algo de folklore. Metal não conhecia quase nada. Fiz-lhe ouvir Niño Jefe de Almafuerte no meu telefone e vi com espanto como Caniche quase perdia uma lágrima. Ele disse que a canção fazia com que ele se lembrasse muito do seu pai também. Pediu para eu mostrar mais Metal e agora gosta muito.) Claro, apesar de poder fazer isso e ter os elementos para fazer isso, desde que fui preso nunca mais revisei as câmeras do departamento. A verdade é que me dava vergonha fazê-lo diante de outras pessoas, por mais confiança que já tinhamos, e os momentos privados na prisão são muito poucos. Além disso, Caniche, em sua sabedoria e compreensão, sempre me disse para não fazer isso. Que eu o esquecesse, que estava pronto. Já foi, nene, me dizia, A vida é assim e a vida segue. Deixa atrás. Esquece e recria tua vida, você ainda pode quando sair de aqui. Sem ressentimento, todo bissssnessss., ria-se, alargando ases. Le hice caso. Juro que le hice caso lo mas que pude. Hasta que uma fatídica noite me sentia deprimido, não estava nada bem. Caniche nos havia contado esse dia, muito feliz, que iam largá-lo logo. Ele, o Chile e outros mais uns dias depois. Me senti triste por saber que não ia ver, nem compartir tanto com meu amigo. Chovia a cântaros lá fora e, pela primeira vez desde que entrei no penitenciário, me senti sozinho, apesar de compartilhar a cela com outras três pessoas. Me levantei do meu catre, busquei um recanto para não incomodar os outros que dormiam, e pus-me a revisar as câmaras no meu celular. Por suposto, ninguém estava lá para fazer backups se eu não estivesse, então o pobre disco rígido do gravador apenas mantinha os últimos 30 dias, sobreescrevendo um dia novo constantemente. Mas era algo, disse-me, e comecei a revisar esses dias, em silêncio com meus auriculares. Vi o que esperava ver. A Armando já praticamente vivendo naquela que era minha casa, com a que era minha parceira e com a que eu considerava minha filha. Às vezes o vi se agarrando a uma, às vezes a outra. Como sempre, mas parecia ter mermado a frequência do sexo que costumava ter com elas. Alguns dias estava lá, mas não passava nada. Dormia frequentemente, vários dias na semana, naquela que era minha cama junto com Sara. Um par de fins de semana vi que o departamento permaneceu completamente vazio. Imaginou que Armando havia se assegurado delas em sua casa em Tortuguitas. Mas houve uma noite, segundo o arquivo do gravador fazia seis dias, um sábado, que notei algo que me chamou a atenção visualmente enquanto recorria o arquivo rápido. Voltei atrás e pus-me a ver. Era ao redor das 22:30, já teriam comido eu imaginei, e os vi aos três no quarto, na cama grande. Traguei saliva, mas não parecia tão terrível. Parecia até normal, então pus-me a ouvir. Estavam os três na cama. Armando e Sara recostados com suas costas sobre a cabeceira da cama, com as pernas tapadas hasta sus cinturas. El con el torso desnudo y un brazo alrededor de Sara, acariciándola suavemente mientras que ella recostada sobre él, sobre su panza y costado, devolviéndole las caricias sobre su pecho peludo. Micaela estaba con ellos, pero sentada en la cama de piernas cruzadas, no estaba tapada y estaban hablando los tres, o en realidad parecía como que Armando y Sara estaban escuchando a Micaela, quien estaba solo con una remera puesta y una bombacha. Bueno, dale, hablemos, le dijo Sara a Micaela mientras Armando escuchaba en silencio. Micaela parecía querer contestar, pero no parecía encontrar las palabras o las formas. Sara le insistió, Dale, Miki, contanos que era lo que querías saber. Somos mami y Armando, mi love. Sabés que nos podés contar cualquier cosa. Lo que quieras., le sonrió dulcemente. Seh, dijo Armando. No tengas vergüenza mi vida, le seguía hablando Sara con dulzura, Sabés que nosotros siempre nos pudimos decir todo, no? Siempre fue asi y eso no va a cambiar nunca, te lo prometo. Micaela finalmente juntó coraje y habló, Tengo un poco de miedo. Eh? Miedo de que?, preguntó Armando y le tomó una mano, acariciándola con sus dedos toscos. No se, ma., respondió Micaela, A veces me cuesta adaptarme, dijo. Tanto tiempo había pasado, pensé, que ya sonaba tan adulta? Vos decís a la situación de ahora, no?, preguntó Sara, Que Armando ahora está con nosotras?. Micaela asintió con la cabeza y Sara le repreguntó, Sentís como que lo estás perdiendo a Armando? Puede ser, no se..., contestó Micaela. Sentís como que ya no te quiere? O que te quiere menos?, preguntó Sara Puede ser..., dijo Micaela mirándolo a Armando. Pero que decí, mami... le dijo Armando a Micaela con una sonrisa, Mirá si te voy a dejar de querer', ta' loca vo', muñequita? Y pero está con vos, contestó Micaela, Estás con mamá., le repitió a Armando. Si, y?, le contestó Armando, 'toy con tu mamá y también 'toy con vos', linda. Que problema ¿Qué? Sara lo frenó suavemente y le sonrió a Micaela, Lo que Mica quiere decir es que de repente se siente desplazada, y que le parece que perdió el lugar que tenía y en el que estaba cómoda, no Miki? Sí, algo así, no sé, contestó Micaela. Sara le sonrió y le habló dulcemente, Es parte de crecer, Miki. Crecer es aceptar cosas nuevas y aprender. Vos sos mi vida, Miki. Mi sol. Nunca pero nunca haría algo para lastimarte, eso lo sabés no? Obvio, ma... Bueno entonces por qué no aprendemos esto nuevo todos, mmm? Crecemos todos? Te parece? Para mí también es nuevo., dijo Sara. Pa' mi también, la verdad... , acotó Armando. Mica asintió y se arrimó a Armando para abrazarlo y descansar su cara sobre el pecho peludo, mientras que Armando la abrazaba con su brazo libre y le acariciaba la mejilla con una sonrisa. Sara los observó a los dos, también con una suave sonrisa, y estiró una mano para también acariciarle el pelo a la nena. Ya se, dijo Sara, Vos pensás que vas a dejar de tener tu intimidad sexual y tu relación con Armando, no? Ni en pedo, acotó Armando Mica se incorporó un poco y los miró a los dos, Sí, puede ser. No quiero eso. Sara tomó aire y pensó por un momento breve, Y nosotros tampoco queremos que la pierdas. Quedate tranquila. Yo sé que esto es... inusual, pero hagamos una cosa. Mirá. Pensalo así. Vos lo quieres a Armando y Armando te quiere a vos, no? Micaela asintió y Sara siguió, Yo ya sabés que lo quiero a Armando y él me quiere a mí. Nada de eso va a cambiar. Entonces, como te dije antes, aprendamos juntos. El amor entre personas es maravilloso, Miki, sé que lo sabés. Claro, ma. Aprendemos a compartir?, le preguntó Sara sonriendo, a lo que Mica le respondió con otra gran sonrisa de su ancha boca. Sara giró para decirle a Armando, Para vos también va, eh? Porque esto es un trato entre todos. Aprendemos a compartir? Ma' vale..., dijo Armando riéndose y estrujando cariñosamente la cintura de Sara Entonces no hay None of the problems, said Sara happily, Nothing really changes, Mica. I know it makes you very happy to please Armando. And it also makes me happy to do the same for him. And I know he loves us both equally.
Come here, beautiful... said Armando and helped Mica sit up a bit to bring her face close and give her a deep, loving kiss that Mica responded to while Sara watched with a smile. I like it this way, she told the girl, You know I love you, beautiful, and you also know I love your mom. Look, come here..., she said to Sara as she left her in an embrace and helped her sit up a bit on the bed.
Sara intuited what Armando wanted, sat up with his help and smiled as she lifted her loose blouse a little higher, revealing a noticeably swollen pregnant belly. Sara ran her soft fingers over her belly, and Armando did the same with his thick fingers. Mica laughed happily, looking at her mom's pregnancy.
It's not beautiful your mom? Eh?, asked Armando. Mica nodded and Armando asked again, Tell me the truth, isn't your mom beautiful?
Mica looked at Sara and between them they exchanged a sweet connection without words. Finally she said, Mom is beautiful.
Sara smiled and laboriously leaned forward to kiss Mica's forehead longingly, then to kiss Armando deeply and lovingly, a long kiss in which only Mica watched silently, playing with the hairs on Armando's chest.
I have the cutie' ma' linda' that there..., laughed Armando, as he stopped kissing Sara and incorporated Mica to give her another long and deep suckling that Mica seemed to return with passion. Sara went back to resting on Armando's chest and shoulder while also watching them.
After a moment of silence in which the three caressed each other, Armando slid his hand under the sheet and seemed to scratch his testicles or adjust something, which was probably already giving him signs of attention. Sara notou e pareceu pensativa um momento, enquanto continuava a receber carícias de Armando em sua cintura com sua outra mão. Olhou para Micaela um momento, esticou-se para dar outro beijo longo a Armando e perguntou a Micaela, Aprendemos juntos então? Micaela olhou-a, pensou por um momento e percebeu o que Sara lhe queria dizer. Riu baixo e tapou a boca, o que sempre fazia quando se sentia envergonhada. Ay maaaaa... não!, riu. O que está acontecendo?, perguntou Armando, que parecia não ter captado o que as duas haviam comunicado. Me da vergonha! Estás você!, continuou a rir Mica. Sara riu suave, Tens razão, Miki. Vamos devagarinho. De pouco em pouco., tomou o bordo da fronteira com que estavam tapados e o levantou como para criar lugar. Se quiseres, eu não te olho., sorriu à menina. Ufff... eu..., riu Armando Micaela riu forte com Armando e deslizou-se, escabullindo-se completamente e rapidamente sob a fronteira. Ela mesma tomou o bordo e o fechou sobre ela, tapando-se completamente. Depois de alguns segundos breves em que a menina encontrou o que buscava, a forma redonda da sua cabeça se via por debaixo da fronteira, inchando-a visivelmente. Logo a forma começou a mover-se suavemente e devagar sobre a altura das cadeiras de Armando, quem fechou os olhos e riu, Ufff... a puta mãe..... A forma da cabeça de Mica começou a se mover lento, para cima e para baixo ao tempo que Armando abria os olhos e observava a imagem da menina começando a chupar-lhe o pau por debaixo da fronteira. Armando e Sara se miraram, deram-se uns beijos profundos enquanto Micaela complacía no velho, e então se puseram a mirar o espetáculo, Armando amasando o cu de Sara em seu abraço enquanto os dois miravam, susurravam algumas coisas, se besavam e voltavam a seguir mirando. Se miravam, susurravam coisinhas e seguia mirando a menina complacer o velho. Armando começou a acariciar e a estrujar um dos seus... peitos para Sara com sua outra mão. Os seios de Sara pareciam ter crescido um pouco graças ao seu estado de gravidez, podia-se vê-los firmes e maiores, escapando-lhe um pouco da blusa confortável que ela usava. Em um momento, Armando começou a massagear mais firme Sara, movendo a mão que a abraçava bem abaixo até o seu cu e deslizando alguns dedos pela raya, o que aqueceu um pouco mais Sara que começou a beijar, enquanto parava para olhar a cabeça de Micaela que continuava subindo e descendo lentamente sob a frazada. Armando parou repentinamente e riu, levantando a frazada, Bom... parei eu... terminou o primeiro tempo, vamos... As duas riram jocosamente e Mica emergiu de baixo da frazada com um sorriso muito pícaro. Ela deslizou direto para a cara de Armando e se fundiram os dois em um beijo muito profundo, enquanto Sara observava e ria. Vês que não era tão difícil?, perguntou a Micaela, Cabeça aberta sempre, Mica. Micaela parou de beijar Armando e ficou pendurada no pescoço do velho, enquanto lhe sorria para Sara. Ela perguntou a Mica, Gostaste?. Claro, ma... Bom, vês que também gostou de Armando. Como sempre, linda... chupa' divino e não mudou nada, viteh? Como te disse a mãe disse a Micaela e começou a acariciar. Seu pudor se foi?, perguntou Sara a Mica enquanto Armando não parava de amassá-la o cu da que agora era sua mulher. Um pouco, sim., respondeu Mica com um sorriso brilhante. Sara fez uma cara socarrona para Mica e pareceu piscar-lhe um olho, Bom, agora é minha vez. E eu não tenho pudor...., disse ao mesmo tempo que deslizou a frazada para mostrar o seu barrigão peludo e o cock marrom, tieso, ereto e brilhante graças às atenções de Mica. A grande cabeça de poronga que Armando parecia quase explodir de inchada. Sara se aproximou, buscou uma posição confortável para acomodar sua barriga de gravida e sem mais tomou o cock duro de Armando pela base e levou-o à boca, comenzando a chuparlo apasionadamente, disfrutando cada centímetro que se hacía entrar y salir de la boca entre gemidos nasales. Armando começou a gemir profundamente novamente e abraçou Micaela com força, beijando-a apassionadamente e massageando-lhe o cu com uma mão, quem respondeu a tudo com prazer.
Apagálo, de repente eu senti a voz forte de Caniche por detrás de mim. Eu me virei surpreendido e ele estava parado lá atrás, olhando para meu telefone e para mim. Ele havia visto tudo? O que viu? O que alcançou ver? Apaguei o celular de vergonha pura e Caniche primeiro pôs uma mão no ombro e com a outra me entregou um pedaço de papel de cozinha. Eu tinha os olhos e as faces cheios de lágrimas e nem mesmo havia dado conta disso. Sequei como pude e Caniche sentou-se ao meu lado, na quietude da cela quase escura enquanto a chuva batia forte lá fora. Ele me colocou um braço em torno dos ombros e me apertou fortemente. É preciso ter força na vida, amigo. É preciso superar..., disse.
Mas eu explodi por dentro. Comecei a chorar novamente desconsoladamente e ele me ofereceu seu ombro. Foi a primeira e única vez na vida em que chorei no ombro de um amigo. Depois de um tempo até que eu me acalme, Caniche sem largar meu abraço chamou Matu até despertá-lo, fez com que viesse em silêncio e se sentasse conosco, na intimidade da nossa cela.
Matu, começou a dizer, Agora que saio com o Chile vamos ter que fazer um par de coisas. Foi quando nos contou o que pensava e um pouco do que pretendia fazer. Entre os três, falamos toda a noite.
6 comentários - Perderlo Todo (Parte 6)
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