Mi mejor amiga XVII

Lembre-se de que todo o material é upload para https://hiphop911.webnode.com/ e Instagram hiphop911ok.

Sigam 😁

Antes de mais nada, quero dizer ao vivo que continua subindo minhas histórias para outros sites... Faça o que você quiser, eu chupo três huevos, pense que há direitos autorais registrados em jogo e não vai sair muito bem...

Em fim, agradece-se a compreensão.

Vêm-se coisas interessantes, normalmente não peço que façam ou se manifestem sobre isso, mas sigam e comente o que você gosta mais, quais personagens quer, quem odeia... Está bom o intercâmbio...

Além disso, maior quilombo haja, mais vontade de escrever me dão...

Há alguns extractos que poderia subir de várias histórias, mas não quero abusar daquela temática... Enquanto servir para manter aceso o fogo da incerteza, sim. Sepan que há banda de material.

O assassino do origami, A decisão, Laura, a mãe do meu amigo, Maxine, MPM3, Erica, Minha jovem tia II e Minha melhor amiga. Ainda têm muito para dar...

Quais lhes geram mais expectativa?

Na verdade, é que já não são simples relatos, são histórias e todas elas, têm um futuro mais além da página. Algumas já as têm...

Em fim, se não fosse pelo escasso tempo, haveria mais...

Abraços e os leio...

Minha melhor amiga. Capítulo XVII

Não podia ser ela.

Um tremor aturdidor começou a dominar-me. Nenhuma de minhas extremidades me respondia.

Um corpo atacado de forma atroz yacía sobre a rígida camilla da ambulância.

Por instinto, corri até ela para confirmar o pior.

Em efeito, se trata de Eliana.

O terror que senti nesse instante, não se comparou com nenhum outro que pudesse ter sentido no passado.

Por Deus! O que lhes fizeram?

Não acreditava no que me mostravam meus olhos

Lembre. Lembre como nunca em esses poucos segundos posteriores ao reconhecê-la.

Não me importava que o médico me freasse em seco quando estava por subir à camioneta.

Quem é você, senhor? gritou-me. Minha voz não saía, mas consegui fazer entender algo com meus balbucios. 'É minha namorada' respondi como se tivesse uma pedra na garganta. Não lembro exatamente o que mais disse, apenas que me permitiu subir ao veículo com relutância. Eliana respirava, mas estava inconsciente. EU: O que aconteceu? O que há?.- Perguntei enquanto dois rios de lágrimas se formavam nos meus lados do rosto. MED: Por ora, politraumatismos... Perdeu a consciência. Quando chegarmos ao hospital vamos saber melhor. O dr. olhava para mim com cara séria, como se minha presença ali fosse uma molestia para ele. No mínimo, isso percebi. Eliana tinha sangue no rosto, na boca, brotando do nariz, na roupa... EU: Mas vai estar bem? Por favor, digam-me o que lhe está acontecendo...- Gritei desaforado. Estava me tornando louco. MED: Calme-se porque vou baixar! Você ouviu?.- Respondeu com mau humor EU: Por favor, não lhe passe nada... Peço-lhe... MED: Está estabilizada... Sua situação não vai mudar até que a vejam no hospital. Se não se calar, vou baixar aqui...- Voltou a insistir. Além disso, não compreendia tamanha hostilidade por parte do médico. Tomei sua mão. Me agarrei à cabeça quando vi que tinha o jeans desabotoado e todo escuro. EU: É isso sangue?.- Perguntei com uma sensação horrível MED: É urina...- Respondeu sem me olhar enquanto colocava o respirador. Observei suas mãos e estavam magulladas MED: Alguém não gostou que se defendesse...- Queria morrer ali mesmo. Como não pude estar para ela? Em seguida, veio-me à mente o filho da puta esse. Foi ele. Estava seguro. Agradeceu ao céu que estivesse viva. Era isso o que mais importava, mas rogava que não lhe tivesse feito algo mais. Sentiu ira Um sentimento de matar que nunca havia percebido em meu ser. Como uma pessoa pode fazer algo assim? Seu rosto bonito, tão angelical... Por que foi golpeado com brutalidade e malícia? Não correspondia essa imagem. Não podia ser Ela. O color morado na cara... A sangue tornando-se de cor escuro em sua delicada pele. Que impotência... Não me lembro de ter-me sentido pior em minha vida. Não me lembro de ter chorado tanto. Quando pude reagir um pouco melhor, liguei para o pai dela para avisá-lo do que havia acontecido e para onde a levavam. Do choro não saíam as palavras. Não sabia como explicar... Não queria estar nos sapatos da pessoa do outro lado do telefone nesse momento. Se eu sentia impotência e incerteza, não imagino a dele. O único que sei é que quase desmaiou ao ouvir-me. Mirava cada parte ultrajada de seu corpo e sentia raiva. A blusa estava arrancada. Quase estava coberta pela campera. Via-se sangue na barriga, que parecia chegar até a hebilla do cinto, desabotoado. Não! Por favor, não.- Eu me repetia. Queria abraçá-la... Dizer-lhe que tudo iria estar bem, mas não podia. O trajeto até o hospital foi interminável. Recé. Sim. Assim fiz. Implorava para não ter danos mais graves do que se viam. Chegamos ao nosocomio e a ingresaram como era, uma emergência. Quis entrar com ela, mas não me deixaram. Me pediram que permanecesse na sala de recepção. Que já a iam atender e que esperasse. Como fazer isso sem desquiciar-me? Já não estava mais nas minhas mãos. Não dependia mais de mim e isso me aterrava. Passava o tempo e as piores imagens vinham à minha mente. O quanto ela havia estado assustada... O quanto ela havia sido vulnerável... Estar nessa sala esperando foi a hora mais longa da minha vida. Interminável. Não se lo desejo a ninguém. Em determinado momento, chegou o pai de Eliana. A cara de espanto que trazia... Nunca a vi de forma tão essa. O rosto igual tinha sua esposa. Notava-se afligida pela situação. De certeza, nenhum dos que estávamos lá pensava em viver uma situação como essa. Jamais. ROB: Como isso passou?.- Me perguntou visiblemente comovido. Eliana não estava para sair de casa. Era o aniversário da morte de sua ex-esposa e mãe de uma filha, provavelmente havia bebido. YO: Volvía para a casa e esse filho de puta a agarrou novamente…- Eu disse. ROB: Você acha que foi aquele degenerado? YO: Estou seguro... ROB: E você onde estava?.- Ele perguntou. Olhei para ele. Sentiu como uma recriminação, mas não era momento para discutir isso. YO: Estava vindo de Campana. Trabalhei lá hoje com meu velho... Ele percebeu a maneira em que minha cara se transformou ao ouvir sua pergunta, mas pareceu desistir da atitude que poderia ter sido aquela em relação a mim. SIL: Onde está agora? O que estão fazendo com ela? YO: Estão revistando... Entrou estabilizada mas inconsciente. Tinha sangue, golpes. Não me disseram mais. Silvia tapou a boca horrorizada. Roberto começou a chorar. Que dia ruim eu tive… SIL: Mas como você a viu? YO: Mal... Respirava sozinha mas estava toda golpeada e moreteada. Tinha... A roupa desgarrada... ROB: Isso pode acontecer com minha filha e vamos ver... Vamos ver, eh! Crê-me!- Repetiu histéricamente enquanto Silvia o calmava. A gente que estava presente na guarda olhava. Cada um teria seus problemas certamente, mas prestava atenção ao que ocorria. Eu por dentro pensava: O que faço? O que posso fazer? Estar cruzado de braços esperando me tinha muito mal. Me sentia inútil. De repente, a porta grande no final do corredor se abriu. Um médico se aproximou de nós. Congelados os três, o olhamos. MED: Quem é Juan?.- Perguntou à multidão. O que veio com a garota golpeada! Em seguida me abalancei sobre ele. YO: Eu, Doc! Como está? Está bem? O papai de Eliana também se aproximou. O médico se sentiu intimidado. MED: Peço serenidade, por favor... Quem são vocês? ROB: Eu sou o pai, ele é o namorado... Como está minha filha?.- Perguntou com determinação. MED: Está bem... Estável Cabeça ia explodir. Sentia que o crânio me pressionava tanto o cérebro que ia desmaiar. MED: Tem politraumatismos varios... Cabeça, tórax... Vai quedar, obviamente, em observação, mas cremos que está fora de perigo. Ainda que isso fosse bom, não podia nem falar, mas balbuciei: YO: Tinha muito sangue... O que acontece com isso? Vi muito sangue eu. MED: Teve hemorragia bucal e nasal, sim... Mas isso já está controlado. Cremos que o resto de sangue que tem no peito e pernas não é dela. Na mão tinha firmemente agarrada uma chave. É provável que se tenha defendido com ela. Sabia que se havia defendido. Conhecendo-a, não ia se deixar fazer nada sem lutar. YO: E a roupa desgarrada? ROB: Violaron minha filha doutor?.- Exclamou chorando. O médico se quedou. Foi o pior silêncio que eu ouvi em toda minha existência. Nefasto... YO: Doc? MED: Em princípio, cremos que não... Não seria o mais importante agora, mas creo que não. Uma doutora a está revisando nestes momentos. Nestes casos, às vezes, a pessoa atacada se urina para tratar de evitar um abuso. Eu creo que é isso que passou. E o mais seguro é que o ataque tenha sido por isso e pela resistência que ela opôs. Até realizar o exame completo, não vamos estar seguros, mas é provável que tenha sido assim.- Quando terminou de falar, pode ser que tenha sentido um pequeno alívio. De todas formas, me sentia muito mal. Silvia e Roberto sentiram esse pequeno mimo no alma também com as palavras do Doutor. YO: Lhe roubrou algo? Peço desculpas, mas preciso saber... MED: Tem muitos golpes, sobretudo na cara... É evidente o ensañamento. Mas não tem nenhuma fratura. YO: Posso vê-la? MED: Como disse, a estão revisando agora... De todas formas, não te preocupes, dude, está em boas mãos. Recomendo que tomem um respiro. Dentro de algumas horas, poderão vê-la um momento se quiserem.- Me contestou como com mais confiança. Roberto abraçou Silvia e continuou chorando. Era estranho ver-lo assim. Essa maneira. Creio que o pior havia passado. Só apenas restava esperar. Aunque a ideia de 'violação' seguia rondando em minha cabeça. Convinha-me a mim mesmo que sim a havia violado, procuraria e mataria. Jurara que assim seria. De uma forma ou outra, estava emergindo de mim, uma parte inteiramente oposta à que na rotinidade da minha vida, eu tinha para com os outros. Sentou-me em uma cadeira, lembro e entre as lágrimas que caíam e a angústia, adormeci contra a parede do hospital frio. Os gritos dos filhos presentes e os lamentos das demais pessoas que se encontravam presentes forjavam uma crueza que a noite recebia paciente em seu seio. Muito pior que em um filme, muito pior... Despertou-me sobressaltado quando alguém me agarrou do ombro. Era meu velho. Envolveu-me em seus braços sem me dizer nada. Nem havia muito para dizer... Roberto já havia posto ao corrente de tudo a ele e minha mãe. Dormira por pouco mais de uma hora. EU: Não saiu ninguém, não? ROB: Não, Juan... Ainda não.- Respondeu com preocupação no rosto. Minha velha veio também me abrigou um momento entre seus braços. MAM: Se disseram que tudo estava bem, é preciso confiar... Pelo corredor, a distância, via-se vindo um oficial de polícia. Eu esperava que fossem com notícias boas, dentro do que a situação permitia... Trazia uma planilha na mão. Todas as miradas se dirigiram a ele, conforme se aproximava. POLICIA: Quem é Juan Cruz Urquiza? Perguntava por mim? Os velhos e eu nos surpreendemos rotundamente. EU: Eu, oficial!.- Respondi com assombro. Meu velho imediatamente se pôs à minha frente. PAPA: Qual é o problema, oficial? É meu filho.- POLICIA: Por agora, nada... Só queremos fazer-lhe algumas perguntas. PAPA: Algumas perguntas? Para que? POLICIA: Tenho entendido que o rapaz é namorado da senhorita Eliana Favilli... MAM: Sim, mas o que tem a ver com tudo isso? POLICIA: Vai ser melhor que falamos na comissaria YO: Não posso... Ir Sr, não vou até ver minha namorada... O funcionário me olhou de forma estranha. POLICIA: Você apareceu na cena no momento em que a transferiam para aqui, é verdade? A conversa entrava em uma laguna estranha. Por que estavam me perguntando isso? EU: Sim... O pai de Eli se aproximou para escutar. POLICIA: E o que você fazia ali? De onde vinha? PAPA: Espere! Espere! O que está insinuando?.- Respondeu já bastante irritado. POLICIA: Estamos apenas examinando as possibilidades... ROB: Oficial... É um bom rapaz, acho que deviam apontar para outro lado, não?.- Respondeu de forma irônica. Aos meus velhos caiu muito bem essa frase de Roberto. De alguma maneira, mostrava meu respaldo. E em uma situação como essa, é crucial. De todas formas, não podia acreditar. Me estavam questionando a mim? POLICIA: Ninguém diz o contrário... Mas em casos como este.... MAMÃ: Em casos como este, o que?.- Replicou completamente sacada. POLICIA: Estamos trabalhando, Senhora... Com uma simples colaboração da sua parte, é mais simples. Sentiu uma ira extrema que emergiu de mim. EU: De verdade me perguntam a mim?.- Estive trabalhando todo o dia em Campana, instalando uma rede. Voltei no carro, perto das 19 hs. Como ainda não saí o telepase, tenho os recibos do peaje da Illia. Fui para minha casa, me banhei. Di uma volta no meu carro novo com minha mãe e fui ver minha namorada, a qual encontrei em um banheiro de sangue... Todos se quedaram helados, mirando como eu inflava o peito diante do poli. EU: Agora eu me pergunto onde estavam vocês? Que faz meses que não são capazes de agarrar um violador que anda solto pela zona, atacando e lastimando as meninas. Não faz muito tempo que fui radicar a denúncia quando a atacaram pela primeira vez... Tenho uma cicatriz por isso... O que fizeram com todos os dados que brindamos? Nada... Se não precisa mais de nada, peço que se retire porque o único que me interessa nesse momento é que minha namorada esteja bem... Estamos claros ou preciso apresentar um advogado amanhã na delegação? Flaco ficou mudo, ao mesmo tempo que a multidão presente.

Creio que nem eu me dei conta da forma como havia reagido.

POLICIA: Tomem um respiro… Vamos estar em contato…

Exclamou parecendo compreender a situação.

Importava-me pouco o que pudesse acontecer comigo. O único que verdadeiramente me mantinha em vilo era o estado de Eliana.

Ainda me resultava incrível o que lhe havia acontecido. E que eu não pudesse estar lá com ela para defendê-la.

Odiava-me muito.

Sentia uma culpa tremenda. Se não tivesse ido trabalhar... Se tivesse chegado antes...

Que merda!

Mas talvez havia algo que me reconfortava um pouco, dentro de tudo o malo.

Meu sogro me olhou como com respeito após minha resposta ao Oficial. Como se aquilo que disse ou tentou dizer num momento, tivesse ficado no esquecimento. Num simples momento de uma noite atípica.

O polícia foi embora do lugar onde estávamos, mas certamente teria que recolher mais informações com o pessoal do Hospital.

Não havia mais que esperar.

Foi então que me sentei no banco do frio corredor.

Nem vou dormir nem muito menos. Era impossível que isso sucedesse. Não vou estar tranquilo até ver Eliana caminhando e sorrindo como sempre.

E havia algo mais...

Um sentimento de ódio muito forte que nunca havia sentido.

Vingança?

Creio que nesse instante a fúria me dominou de tal maneira que se tivesse aquele tipo em frente de mim, o teria matado com minhas próprias mãos.

Mas era apenas um desejo de revancha.

Não sabia nem quem era, nem como era.

A única vez que o tivemos cara a cara estava muito coberto. Inclusive Eliana também não teve a chance de olhar bem para ele.

Só me lembro que tinha barba, algo colorada, poderia ser... Mas não estava seguro.

Cada vez que tentava voltar àquela noite, tudo parecia confuso, mas havia algo que dava voltas na minha cabeça.

Como se o conhecesse ou o tivesse visto antes.

É estranho. Talvez fosse o medo ou a obsessão que um se gera quando passa algo assim.

Além disso, havia Identikits por todos os lados no bairro. Probablemente a semelhança que sentia com alguém, viria daqui... Passaram algumas horas mais. Eu não peguei um olho durante toda a noite. Permaneci sentado junto aos meus velhos, que um momento eles sim puderam fechar os olhos. Minha cabeça se partia em 20 pedaços. No final do corredor, continuava esperando, estático e sério, o oficial de polícia designado para o caso. Um barulho na porta se ouviu. Foi tétrico, como se tratasse de uma igreja abandonada que é aberta após décadas. O ranger foi ensordecedor. Era uma médica que me olhou diretamente. Levantei-me imediatamente. No banco ao lado, estava meu sogro com a mulher, apoiados um no outro. DOC: Os Favilli, não?.- Perguntou com um tom suave. Eu: Sim, sim... Somos nós.- Respondi provocando que todos despertassem. Eu: Como está?.- Perguntei sem dar tempo para nada. DOC: Bem... Melhor... ¡Venha conmigo!.- Disse-me. Resultava estranho que me chamasse a mim e não ao pai. ROB: O que está acontecendo? Está tudo bem?. DOC: Fique tranquilo... Já está consciente e pediu ver Juan primeiro.- Pareceu dizer-lhe com calma. Traguei saliva como se uma bola de graxa tivesse passado pela minha garganta. O coração acelerou-se de golpe. Casi ao trotar, aproximou-se o polícia. POL: Desculpe, Dra! Tenho que passar também se a menina está consciente. DOC: Perfeito, vá... Parecia-me muito bem que fizesse seu trabalho, mas o que fossem tão exigentes para fazer respeitar a Lei... Caminhamos os três juntos para outra sala. Os nervos que gerava eram tremendos. Eu: Dra... la...?.- Perguntei fazendo alusão a isso. DOC: Não... Tentaram, mas não.- Essas palavras me golpearon como uma rajada quente em primavera. Algumas lágrimas saíram do meu rosto. Chorei como um condenado. E sim, não era para menos. Fazia-o de tal maneira que a mesma médica, apoiou a palma no meu ombro. DOC: Fique tranquilo... ¡Que alívio! Não podia crer. Tratava de secar um pouco as minhas faces para que Eliana Não me veja assim, je.
DOC: Você vai ver um pouco inchada, mas não te preocupes... Foi muito golpeada...
YO: Está bem...
DOC: O mais provável é que ela volte a dormir, então se isso acontecer, deixa-la descansar... Eu vou contar tudo aos pais...
A amabilidade com que me tratou me surpreendeu muito. Ela teve um comportamento exemplar.
Não assim o poli, que continuava sério e sem dizer nada.
YO: Lhe vai ficar alguma secuela disto?
DOC: Creio que não... Não a longo prazo, pelo menos. Tem rasgos e maguladura por causa do forcejeito, mas nada que possa deixá-la com uma cicatriz. Isso sim, vai ter inflamações e moretones por algumas semanas, provavelmente...
Estava tranquilo, mas não tão tranquilo.
DOC: Fizemos placas, tomografias... Foram contusões fortes, especialmente no rosto. Ela recebeu uns golpes de punho muito cruéis...
Cada palavra que ela dizia me enchia mais de ira.
DOC: Eu não sei como alguém pode fazer algo assim...
O oficial me olhou.
Estou seguro de que observou minhas mãos.
Entre isso e o que a médica me contava, ia terminar por cagar o poli a trompas.
YO: Algo mais, Doc, que eu deva saber?
DOC: Não... Não... Tem um corte no lábio, mas não demos pontos. A partir de agora tem que descansar e se recuperar. Vai estar dois ou três dias aqui por se caso. Ahh... E outra coisa...
YO: O quê?
DOC: Sinta-se orgulhoso da sua namorada... Ela lutou até o último instante...
Eu a olhei.
DOC: A quantidade de golpes que ela sofreu foi porque em nenhum momento, cedeu. Até que o covarde a golpeou com algo mais...
YO: Com algo mais?
POLICIA: Sim, havia uma pedra grande, com sangue...- Expressou-me olhando fixo.
DOC: Creio que como não podia dobrá-la, ela foi golpeada com uma pedra...
Meus olhos se abriram como os de um cunto.
YO: Uma pedra?-. Exclamei quase com o coração saindo pela minha boca.
DOC: Sim, mas os estudos saíram bem... Só te estava dizendo para que você saiba que está com uma guerrera...
YO: Eu sei...
A médica me sorriu.
YO: Bem... Muito obrigado por tudo, é muito amável... DOC: Tranquilo, nene.- Me apontou para onde eu devia ir para vê-la e foi embora pelo lado contrário. Acto seguinte, observei uma porta aberta de uma habitação. Via-se a ponta de uma cama, onde uma sábana branca tapava uma figura feminina que se encontrava acostada. Conforme eu entrava, mais via-se desse corpo estático. Uns braços brancos e magullados viam-se aos lados. Foi quando vi seu rosto. Ao sentir uma presença na habitação, Eliana girou sua cabeça levemente. Sua cabelagem negra conseguiu mostrar-me seu rosto. Lucía cansada, mas conseguiu formar uma sonrisa ao me ver. Foi chocante vê-la nesse estado, mas tentei disfarçá-lo o mais que pude. ELI: ¡Hola, love!.- Disse muito baixo e com muita dificuldade. Quase corri para seu lado. Só me mirava com um olho, pois o outro estava fechado devido à hinchazão. Tinha a boca e as faces completamente inflamadas e moradas. Se não fosse por essa mirada e sonrisa característica, diria que estava irreconhecível. A tomei suavemente da mão, arrodillado no chão. YO: ¡Perdón!...- Lhe disse quase a ponto de voltar a chorar. ELI: ¿Por qué?.- Disse movendo apenas a boca. YO: Por não estar aqui… ELI: Siempre estás... para mim… Por isso… Te amo.- Exclamou com dificuldade e fechou seus olhos. Me quebrei. Não pude conter essas palpitações e as lágrimas caíam sozinhas. Me dei conta de que o policial estava parado na porta, observando. Fiz-me um gesto de “está bem” movendo a cabeça como com aprovação e foi embora. Eu me quedei ali, na mesma posição enquanto Eliana descansava. Dentro de tudo, estava feliz de que não houvesse passado algo muito pior. Era horrível a brutal agressão que lhe havia dado. Não concebia a ideia de uma pessoa espancando-a e daquela maneira. Tens que estar muito roto para fazer isso com alguém. De só imaginar como poderia ter batido nela na cara com tanta impunidade, me fervia a sangue. A ia pagar... Claro que sim. Não sabia como... Mas ia fazer. Não me Importavam as consequências. Fiquei ao seu lado todo o tempo que pude. Mas também soube entender que não era o único que queria vê-la. Não sei quantos beijos lhe dei enquanto estive ali, mas sei que faziam bem a ela, pois apesar de estar dormindo, fazia alguma outra mueca de satisfação. Nunca vou esquecer a cara de horror que pôs o seu velho quando o viu ao entrar. Foi algo que permanecerá imborrable em minha cabeça, lamentavelmente. Foi desgarrador. Tentei ficar por lá fora, mas dadas as circunstâncias atuais de puro e notório conhecimento, não era a coisa maisaconselhável e talvez terminaria por empeorar as coisas. A Dra. me pediu se podia trazer-lhe roupa limpa, pois a que trouxe consigo estava, bem, já sabem... Claro que aceitei a solicitação e daí fui direto para sua casa. Fui no Uber, dado que o carro havia ficado estacionado ali. Me cansou todo o caminho. Mal. Pareceu um viagem de 30 segundos. Não era que não me importasse, mas nem olhei o carro. Entrei diretamente. O ambiente estava frio. Não gostava daquela sensação ruim de que algo mal havia ocorrido. Por mais que tenha sido assim. Peguei alguma roupa sem remover muito suas coisas. Sentei-me um momento no sofá. Não dava mais. Foi como se não me restassem forças para mover as extremidades. Depois lembrei do trajin que havia tido. Trabalhar todo o dia sem parar, ir, vir, estar no hospital acordado toda a noite... Tinha que parar um segundo, pelo menos. Não me fazia mal pessoa estar exausto. Além disso, se precisavam de mim, tinha que estar bem. Meio que me adormeceu em um sofá. Mirava os panfletos do torneio da Eliana na mesa, enquanto tentava manter abertos os olhos. Torneio que não ia poder terminar, pois a final estava apenas a algumas horas de se realizar e ela se encontrava em uma situação totalmente inesperada. Para mim não era importante isso, sim tinha que pensar em sua saúde. Mas se havia algo que a fazia enfurecer mais após o O que lhe aconteceu, pois a conhecia, era perder-se da final desse campeonato. Havia treinado muito e tinha muitas expectativas.

Em fim, algo mais que essa lixo lhe havia roubado.

Fui me apagando pouco a pouco. Não dava mais.

O silêncio sepulcral da casa foi-me de grande ajuda.

Depois de tudo, por enquanto, não havia nada mais para fazer.

Haverá sido um bom momento, pois eu me relaxei tanto que não senti meu ambiente por nada.

Como se estivesse no espaço, flutuando.

Estava relativamente aliviado, digo a verdade.

Uma chamada acordou-me às 11 da manhã.

Zumbi como pude saí o telefone do meu bolso. Foi automático.

YO: Olá! Sim!.- Exclamei efusivo sem olhar se era quem estava ao outro lado.

- Olá, Juani?.- Disse uma voz feminina do outro lado.

Foi como se eu despertasse imediatamente.

Simplemente, porque odejava que me chamassem assim. Até preferia que me chamassem por meu nome completo Juan Cruz antes de Juani.

YO: Olá, Flavia… O que aconteceu?.- Respondi algo seco.

FLA: Olá, gor... Desculpe... Me informei sobre o que aconteceu. Como está Eli?

YO: Internada...

FLA: Mas como está? A viu?

Não parecia ser falsa sua preocupação. Eu a conhecia e sabia quando era. Nesse caso não pareceu, por isso decidi continuar falando com ela.

YO: Sim, faz um tempo... Queriam violá-la e como não puderam, a agrediram a golpes, basicamente...

FLA: Deus... Não pode ser... Mas o que lhe fizeram? Muito a lastimaram?

YO: Sim... Se ensañaram... Não sabes como está

FLA: Eu não te posso creer... Juro que estou envenenada... Não pode ser que um tipo assim esteja na rua como se nada. É incrível!

Pela primeira vez em muito tempo, parecia que falava com uma parte dela, completamente diferente. Mais humana.

YO: Já vou encontrá-lo...

FLA: Que bronca... E o que vais fazer? Não sabes o que podes encontrar...

YO: É um violino... Não um mafioso...

FLA: Não sabes... Mas bem, escuta-me... Necessitam de alguma coisa? Algo que possa fazer?

YO: Não, não sei... Não creo... Agora vim buscar-lhe um pouco de roupa porque vai estar uns... dias ai... A golpearon muito na cara... Mas também tem uma costela má...

FLA: Não... Não me digas...

YO: Não está fraturada, nem nada... Mas sei... Não quero nem pensar... Está fora de todo perigo agora...

FLA: Não, está bem... Entendi... Se puder fazer, digo sinceramente, avise-me.

YO: Bom, dale... Para escolher sua roupa sim teria servido, ja...

FLA: Sim, é verdade... Você viu?

YO: Obrigado por ligar...

FLA: Talvez moleste, mas mantenha-me informado!

YO: Não, não é molestia

FLA: E manda um abraço de minha parte... Eu sei que talvez seja o que menos espera, mas diga-lhe que estou com ela... Odio quando coisas assim acontecem...

YO: Dale! Vou mandar-lhe...

FLA: Bom... Avisem-me qualquer coisa... E esteja calmo!

YO: Jaja... Dale! Um beijo...

FLA: Beijo...

Que surpresa... De essas coisas que nem sequer passam pela sua mente, mas de repente ocorrem.

Claro, após tudo ela também era mulher...

Gostei da atitude dela, embora não a visse nem um pouco acompanhando Eliana, je. Seria uma situação estranha, quanto menos.

Aproveitei para dar-me um bom banho e tirar todo o cheiro de hospital que trazia sobre mim.

Toda a sujeira do dia anterior se ia pelo ralo da banheira.

Me veio à mente aquele dia em que me banhei aqui, antes de começar a estar com ela e estive nu diante dos seus olhos. Claro, tapado. Mas nu afinal.

O que teria pensado aquele dia?

Lembrei-me que fiz o possível para não ter uma ereção diante da sua visada.

Gostei muito da cara de ocasião dela, aquela vez. Como com naturalidade me falava e abria as canelas.

Que momento bom, inesquecível...

A água quente me reconfortava bastante.

Fora da ducha, junto ao lavabo, estavam seus sapatos, impecáveis.

Que picardia... Quantas vezes havia esperado aquele encontro...

Nem se o ia mencionar, mas era cantado que estava triste por isso. Mas bem, ela muito forte... Se recompunha.

Além disso, a lacra essa lhe havia reaparecido, segundo os médicos.

Não lhe temia, estava seguro De isso... Por mais que se tenha visto superada.

Recordé que eu tinha o panfleto na mão quando a encontrei.

O que fazia com ele?

Imagino sua emoção pelo torneio e me aqueço cada vez mais.

Que injustiça...

Me veio à mente algo.

Fiquei estático na ducha.

Esse folheto eu havia visto já...

Lo vi sobre a mesa há um tempo atrás, pensei.

Sentiu que algo não quadrava.

Tentei fazer memória. Talvez o cansaço e o mau trago que me levara, mas a coisa não me cerrava.

Estava seguro de que esse folheto eu havia visto antes e não era possível que fosse o mesmo que Eliana tinha na mão ensangrentada.

O que onda?

Saí do banheiro como estava.

Tinha que comprovar o que merda era isso que não me deixava tranquilo.

Cheguei até a sala de jantar.

Observei acima da mesa e se erizou a pele sem saber por quê.

Tomé na minha mão o panfleto, era de cartão.

Pensei na noite anterior.

Era de papel esse?

Olhei e olhei, mas não me convencia.

Por que o teria na mão nesse momento?

Não fazia sentido.

De repente, um frio descomunal, me recorreu pela espinha, gerando que eu ficasse branco.

Seu... Me disse.

Uma imagem de há algumas semanas se veio à minha mente em forma intempestiva.

Como se fosse uma revelação.

Uma pessoa que poderia ter as mesmas características que as daquela besta.

Tinha que ser... Sim...

O coração me batia o peito com força. Até podia ouvir-lhe latear a um ritmo frenético.

Barba... Meio colorado...

Sim, sim... Estou seguro...

É alguém que a viu no torneio...