El tónico familiar (1-2).

El tónico familiar (1-2).




O Familiar Tônico.


CAPÍTULO 1 (parte 2)


Amanhã seguinte, durante o almoço, não dei mostras de que a noite anterior tivesse passado algo fora do normal, nem a avó tampouco. Agora que sabia o tesouro de carnalidade que escondia aquela recatada bata, meus olhos iam-se por vontade própria para as curvas que abultavam sob a tela. Tinha que controlar isso, pelo menos quando ela pudessem dar-se conta. Quando se levantou à prateleira para pegar um frasco de marmelada (que ela mesma fazia com a fruta dos seus árvoles), me deleitei com o movimento das suas nádegas. Quando regressou, sorri e disse-lhe que estava bem... A marmelada, é claro.
Despeja bem, tesouro. Depois de dar comida às galinhas vamos começar a limpar o depósito, e vais precisar da energia —disse, com um sorriso travesso nos lábios rosados.
Eu tinha espinhas nas faces e na nariz, e quando sorria daquela forma seu rosto arredondado adquiria um ar de quase infantil que até aquele dia eu achava encantador e essa manhã também me resultou excitante.
Ah, não será para tanto o do depósito —eu disse.
Eu me enganei. O que na família chamávamos 'trastero' era na verdade um amplo garaje em que normalmente teriam entrado três carros, mas nesse momento apenas cabia um patinete. Meu avô era um tipo bom ao qual recordava com carinho, mas tinha certo síndrome de Diógenes que a sua doce esposa havia conseguido conter dentro daquele garaje. A quantidade de trastes inúteis que o avô havia acumulado durante os anos era enorme. Desde móveis que encontrava na lixeira, caixas e caixas de livros e revistas (cruze os dedos para que houvesse alguma pornô), peças várias de bicicletas e motos, brinquedos, ferramentas e aperos de todo tipo, relógios de parede, várias cadeiras de montar (nunca havia montado a cavalo), e um sem-fim de objetos mais, alguns tão antigos que não sabia para que se usavam. Para uma mulher tão limpa e ordenada, aquilo devia ser como um pedaço do mesmo inferno.
--- puta... Deus! Não recordava que houvesse tantas coisas. O que vamos fazer com tudo isso?
—Quase tudo vai para o lixo —disse a avó, sem poder dissimular a tristeza na sua voz.
A parte física do trabalho ia ser exaustiva, mas também nos ia afetar emocionalmente desfazer-nos dos trastes do avô, sobretudo a ela. Já haviam passado dois anos desde que morreu e era evidente que ainda o sentia muito a falta. Não pude evitar perguntar-me se também o sentiria a falta nessa imensa cama.
Nós nos metemos em farinha de imediato, sacando fora tudo aquilo destinado à lixeira, amontoando-o junto ao Land-Rover. A avó trazia suas botas, o pano na cabeça e um vestido semelhante ao do dia anterior, essa vez escuro com lunares verdes. Sabia que às pelirrojas lhe sentava bem o verde e levava frequentemente esse cor, apesar de seu cabelo não ser mais tão roxo como antes. Naturalmente, passei a manhã admirando seu corpo sempre que tive oportunidade. Quando se agachava, suas nádegas adquiriam a forma de um enorme e apetitoso melão, as calcinhas se marcavam na fina tecido do vestido e podia vislumbrar o início dos membros. Se o ângulo era diferente e a mirava de frente ao agacharse, o decote se separava do seu corpo e revelava um canalículo apertado, o início dos peitos e a brancura da sutiã. Apesar do desacostumbrado esforço físico, a molestia do pó e as asquerosas teias de aranha, passei tanto tempo empalmado que temi a aparição de uma mancha delatora de presemen em meus calções de chándal.
Quando estávamos carregando uns dois horas de chatarra, pensei que era um bom momento para uma masturbação rápida no banheiro. Se não calmava minha serpente rebelde ela terminaria notando o bulto em meu pênis. E não queria incomodar a mulher cujo quarto eu havia me masturbado na noite anterior sem pudor algum.
–Avó... você se importa se eu parar para fumar um cigarro?
—Sim, tesouro, descansa um pouco. Embora não devias fumar.
Além disso... Vou ver se deixo um dia desses.
—E beba água, que faz muito calor aqui dentro —disse, passando um pano pelo rosto que trazia no bolso do vestido.
Até aquele momento não me dei conta de que estava empapado em suor, tanto pela desacostumbrada atividade física como pela habitual cachondez. Uma vez no banheiro me coloquei de pé frente ao lavabo e em apenas um minuto mandei uma boa quantidade de sêmen pelo ralo. Era incrível que me excitasse tanto uma mulher com a qual nem sequer havia fantasiado até a noite anterior, apesar de que a conhecia literalmente desde toda a vida. Me lancei água na cara e voltei com ela, não sem antes pegar uma garrafa d'água gelada da geladeira. Ofereci-a-lhe e aproveitou para descansar um momento, embora não parecesse cansada em absoluto. Só as faces mais rosadas do que habitual e um leve brilho na testa indicavam que havia trabalhado duas horas no aquele forno polvoriento.
—Ai... Obrigado, filho.
Eitou um bom gole e quando ela me passou fiz o mesmo. Saí para fumar e dei um par de voltas ao redor do monte de trapos que já haviamos tirado.
---Devíamos esperar que meu pai venha com o carro para jogá-lo, ou vamos nos desfazer carregando isso para a lixeira — eu disse. Os contenadores estavam a uma boa distância da casa e não gostava da ideia de carregar toda essa porra até lá.
—Sim, você tem razão. —Fez uma pausa, olhando melancólica o Land Rover—. Que pena que não funcione.
Havia decidido não mencionar o veículo do meu avô, mas como foi ela quem sacou o tema eu me lancei. Além disso, tinha a sensação de que conduzi-lo me daria certo poder. Embora tivesse 40 anos menos que a dona do local e estivesse ali cumprindo o ridículo castigo imposto pelos meus pais, técnicamente era o homem da casa. Talvez sentar-me ao volante desse potente e robusto veículo me proporcionaria virilidade e aumentaria o respeito que eu sentia por mim essa amável viúva que dormia ligeiramente de roupa com um rosário na mesinha de noite.
Seguro que não é mais que a bateria —afirmei, com ar de especialista em motores—. Depois lhe dare um olhar. Onde estão as chaves?
Quando mencionei as chaves, eu a vi vacilar durante alguns segundos. Talvez não lhe agradava a ideia de ver outro, embora fosse seu querido neto, substituindo o volante ao seu amado marido. A melhor minha semelhança física com o avô (embora o velho me desse dois metros) poderia ser perturbadora para ela ao imaginar-me nessa situação. Eu não ia me render. Ela devia superar o duelo e eu não pensava quebrar meu espinha carregando lixo.
—Chaves... Sim. Depois te dou-as. Anda, vamos seguir que ainda há trabalho.
Já creio que restava serviço. Às uma da tarde, a avó foi fazer comida. Para que não duvidasse da minha laboriosidade, e embora estivesse exausto, disse-lhe que continuaria um pouco mais. Em seguida me deixou sozinho dediquei-me a fumar e a folhear algumas revistas. A maioria eram de caça e pesca ou de carros. Nem um mísero centímetro de pele feminina à vista.
Apos a refeição, a novela e uma breve sesta na sala de estar voltamos ao trabalho. As horas passavam, o monte junto ao Land-Rover crescia e apenas havíamos esvaziado metade do depósito. Sob uma lona polvilenta encontrei um baúl de madeira em bom estado e o abri. Estava cheio de roupa feminina. Vestidos, saias, blusas e alguns sapatos.
—E essa roupa, avó? Está em muito bom estado.
Chegou-se e aproveitou o momento para secar o suor da testa com seu pano imaculado. Não parecia cansada em absoluto, o que começava a me irritar um pouco. Eu estava exausto. Olhou alguns dos vestidos e sorriu.
---Essa roupa é minha, da vez que eu era jovem. Não me lembrava de que estava aqui.
—Quando você era jovem? Mas se ainda é jovem —eu disse. Não podia deixar passar a oportunidade de fazer-lhe um cumprimento, mesmo que fosse um tão óbvio e previsível.
Ah... Você é um céu, Carlitos. —Ele se dedicou uma sonrisa carinhosa e examinou outra das roupas—.São grandes para tua mãe e não acredito que tua tia Bárbara queira vestir algo tão passado de moda. Levaremos-as à paróquia. Alguém lhes servirá.
Fui perto de fazer uma piada sobre o padre do povo levando um desses vestidos, mas suspeitava que à minha avó religiosa não lhe faria graça. E estava cansado mesmo para fazer piadas. Levamos o pesado baúl para a minha sala, igualmente como havíamos feito com uma par de caixas de livros em bom estado e um relógio de cuco muito bonito que talvez poderia ser consertado. O meu quarto provisório ameaçava se tornar o novo depósito, mas não fiz qualquer comentário sobre isso. Já imaginava que minha avó não poderia se desfazer de golpe de todos os objetos do seu marido.
Quando já anoitecia e estávamos a ponto de irnos jantar, algo aconteceu que mudaria drasticamente os eventos dos meses futuros. Um achado que me traria problemas, mas também muitas e variadas satisfações. Sob outro monte de revistas e quadrinhos de pós-guerra, encontrei uma velha caixa de madeira. Não sem certo esforço, pois a tampa estava clavada, consegui abri-la. Entre serragem ressecada encontrei dez botelas de cristal negro, pequenas e planas como essas garrafinhas de uísque que os alcoólatras carregam no bolso nas películas americanas. Saí uma e olhei a curiosa etiqueta. Nela aparecia o desenho do típico forçudo de circo, com braços enormes e grande bigode, marcando bíceps e montado em um sorrisento touro como se fosse um cavalo. Acima podia ler-se: “Tônico reconstituinte e vigorizante do Dr. Arcadio Montoya”.
—E isso é o quê, avó? —perguntei, mais do que por curiosidade para descansar um pouco.
Chegou-se e olhou a garrafa com um muxo de desagrado.
—Pouco tempo após casarmos, um charlatão que passou pelo povo convenceu seu avô para comprar esse potingue. ¡Uma caixa toda, por sinal! Seu avô às vezes era muito crédulo, especialmente com essas coisas. O sem-vergüenza aquele soltou uma par de palavras de ciência e picou como um besugo.
—Mas pelo menos funcionava? —voltei a perguntar. Qualquer desculpa era boa para prolongar o descanso uns minutos.
—Nada ideia. Por suposto não deixei que provasse nem um gole! A saber o que traz esse líquido! Se esse bêbado era médico eu sou a Rainha de Sabá. Anda, ponho-lo no monte de lixo.
Olhei as garrafas e, efetivamente, nenhuma delas havia sido aberta. Em parte porque a etiqueta me parecia curiosa e seria um bom adorno para minha sala quando voltasse para casa, em parte porque entre os ingredientes indescifráveis do bebedizo eu parece ver a palavra álcool, introduzi com disimulo uma das garrafas no amplo bolso de meu chinelão antes de sacar fora a caixa. Nem por sombra suspeitava o importante que seria essa pequena garrafa nos acontecimentos futuros.
A cerca das nove, e ao meu imenso alívio, a avó deu por terminada a jornada. Comemos e posteriormente nos banhamos (não juntos, infelizmente). Essa noite nem sequer liguei a televisão. Estava tão cansado que fui direto para a cama. Não estava acostumbrado a madrugar nem muito menos a passar o dia trabalhando. Estava cansado mesmo para fazer-me a masturabação de boas-noites. Llevava todo o dia pensando em fazer outra visita noturna ao quarto da avó e voltar a regar meu esperma sobre o jardim de rosas à luz da lua, coisa que me havia resultado tão estranha como excitante e até mesmo algo poética. Mas estava demasiado exausto para que uma masturabação ninja subida a um armário na alcova de uma senhora dormida saísse bem. Por primeira vez em muito tempo apenas me havia masturbado uma vez durante todo o dia, e não estava seguro se isso era bom ou mau. Escondi a garrafa de tónico na minha mala, fumei um cigarro e em poucos minutos caí dormido.
 
 
 
Não vou me alongar muito sobre o que aconteceu no dia seguinte. Para começar, só direi que nunca em minha vida havia trabalhado tanto. Depois de alimentar as galinhas, a minha avó anunciou que era hora de limpar o cocheiro e o curral, uma atividade nada agradável que nos levou um bom tempo. Em seguida, foi minha vez de dobrar o lomo para arrancar malas ervas no jardim, o que me causou dor nas costas. Passar o velho cortador manual ao redor da piscina me produziu dor nos ombros. E se isso não bastasse, após comer voltamos ao depósito, onde ainda havia uma boa quantidade de lixo para sacar.
Claro, não deixava de me deleitar sempre que podia com os encantos rurais da minha companheira de faena. Enquanto carregávamos entre os dois uma pesada mesa, reparé que o calor e o esforço não apenas enrubesciam suas faces, mas também seus ombros e o peito pecoso, a suave zona entre o pescoço e o estreito canalículo. Minha ereção não era tão constante como no dia anterior, mas ainda assim, em algum momento, a entreperna do meu chándal abultou mais do que devia e tive que disimular.
A última hora da tarde eu morria por uns minutos de descanso. Podia simplesmente dizer à avó que queria parar um tempo, coisa que lhe pareceria bem, ou pelo menos não daria mostras do contrário. No entanto, não queria que pensasse que era um vagabundo ou um moleque queixoso. De repente, levado por uma espécie de estranho e primário instinto viril, queria que essa mulher me visse como um homem. Não como o bebê ao qual mudava os paninhos ou o menino ao qual levava pela mão de passeio pelo campo. Além disso, meu pai lhe havia falado sobre minha proverbial pereza e queria deixá-lo por mentiroso. Recordé a conversa do dia anterior sobre as chaves do Land-Rover, e quando soltamos a mesa junto ao veículo dei uns tapas na carroceria.
Ei, avó, me dai as chaves? Se eu conseguir que arranque, podemos começar a levar coisas para os containers e desemperrar um pouco este desastre.
Semelhante ao dia anterior, hesitou alguns segundos antes de falar e seu doce rosto deixou transparecer sua desconforto.
—As chaves... —disse, antes de soltar um longo suspiro.
Cheguei-me perto dela e pus a mão no ombro. Era a primeira vez que a tocava desde que havia passado a fazer parte das minhas fantasias. Sua pele estava muito quente, pelo trabalho e temperatura vespertina sufocante. Me acelerou o pulso e a sangue veio rapidamente para meu pau. “Fique tranquilo, porra. É apenas um ombro”, eu disse.
—Se você não quiser que eu dirija o carro do avô, não faz nada, eu entendo. —Movi a mão e acariciei o braço dele desde o ombro até o cotovelo. Creio que nunca havia tocado nada tão agradável como aquela pele—. É apenas que iria bem avançar trabalho, e não esperar quando meu pai ou o tio vierem, que nem sei quando eles vêm.
—Não é isso, querido. Não me importa que o use. Já sabes que o seu tio o usa frequentemente e não me importa. Prefiro que alguém o dirija a que esteja ali parado.
Mexi a mão novamente até seu ombro e apertei um pouco. Se esse pedaço de pele exposta aos elementos era tão suave a pele de seus muslos ou suas tetas devia ser uma loucura. Baixou a vista, evitando olhar-me para a cara, e temi que reparasse no bulto da minha entreperna. Com muito tacto, agarrei-lhe a barbicha entre o indicador e o polegar e obriguei-a a me olhar, em estilo machista. Um gesto um tanto ridículo tendo em conta que era bem mais alta do que eu. Seus olhos verdes brilhavam atrás dos cristais de suas óculos. Não eram muito grossos mas não gostava que velassem essa mirada tão expressiva.
—O que acontece então? —perguntei. Embora minhas mãos praticamente não exerciam força alguma, a tinha presa.
Verás, filho... O pai meu disse que não te desse as chaves —confessou, após outro suspiro profundo.
—O quê? E isso por quê?
—Ele disse que se tiver carro, você vai para o povoado ou cidade a cada dois ou três.
Estava tão indignado que minha ereção começou a remitir e pude relaxar a postura. Meu velho não queria que eu dirigisse? Foi ele quem insistiu em que eu tirasse o carnet assim que completei dezoito anos. O que mais me incomodava era que tivesse posto aquela mulher tão bondosa em uma situação tão incómoda.
Isso não é verdade. Como vou deixar você aqui sozinha com toda essa trabalheira? Eu apenas dizia isso para ajudar e poupar sua fadiga.
—Sim, mas o teu pai...
—Meu pai não quer é que eu aproveite para escapar dele, e isso não vou fazer. Ao contrário. Vou usá-lo para trabalhar, que é o que ele quer. Além disso, se quisesse ir ao povoado poderia ir a pé, e aqui estou, não?
---Bem disse ele, após uma pausa reflexiva. Cruzou os braços sobre os seios e dedicou-me um olhar que pretendia ser desconfiado-. Mas não me engane, é?
Mas como eu vou enganá-lo a você?
Agarrei-a pela cintura e me levantei para beijá-la na rubicunda face, um pouco mais perto dos lábios do habitual, mas não tanto quanto para resultar suspeito. A proximidade do seu corpo fez fluir o sangue novamente. Iria arriscar-me a um segundo beijo, mas ela se esgueirou, sorrindo.
Vai, vai... Que sempre te safas com a tua, safado —disse, antes de entrar em casa.
A verdade é que era uma das poucas ocasiões em que minha língua havia servido para convencer uma mulher de que fizesse algo, pelo menos sem ela estar bêbada ou fumada. Estava claro que minha avó estava acostumbrada a ser servicial com os homens, como a maioria das mulheres da sua geração e classe social. A esperei junto ao Land-Rover, satisfeito e empalmado. Decidi que devia ter cuidado com as demonstrações de afeto. Era uma mulher carinhosa que não rehuía o contato físico, aficionada aos beijos e a dar abraços longos, mas se eu passasse da linha e detectasse algum matiz sexual em minha atitude a situação poderia virar desastrosa.
Quando regressou eu subi ao assento do condutor. O meu avô havia comprado aquele Land-Rover nos princípios dos 80, de segunda mão. Era um veículo robusto e espaçoso que eu adorava, e realmente me alegrava poder conduzi-lo por fim. Tinha capacidade para seis ou sete pessoas. Os assentos traseiros eram como dois pequenos sofás colocados um frente ao outro e ainda assim havia muito espaço para carregar bagagem. O arranquei e, em efecto, não havia problema algum. O motor sonava de maravilha, e olhei para a viúva do seu antigo proprietário com uma ampla sonrisa.
—Já te disse que funcionava —disse ela, sorrindo também.
--- Por que não vais e damos uma volta assim nos dá um pouco de ar fresco.
Não, homem, não! —exclamou de repente, com tanta energia que eu temi ter dito alguma coisa inconveniente.— Mas tu viu como sujo está? Assim não sai da parcela. Amanhã o lavamos.
Não quis insistir, inspirei uma vez mais aquele aroma agradável a carro usado e me bajei. O sol já estava se pondo e não trabalhamos muito mais antes da ceia.
Aquela noite, quando me deitei na cama, doía-me tudo menos o nariz e o coño. Estava contente com o curso dos acontecimentos, mas temia não poder suportar outra jornada tão intensa e desiludir minha avó. Tão feito polvo estava que não pude nem dedicar-lhe uma masturbação. Era a primeira vez em muito tempo que passava um dia inteiro sem me masturbar, e decidi consolar-me achando isso como um logro. Al final e ao cabo era um homem. Um homem capaz de trabalhar duro, dirigir um Land-Rover e tratar uma mulher com autoridade. E um homem feito e direito não se passa o dia fujão como um macaco. Usei as forças que me restavam para fumar um porro e rezar aos deuses campestres para me levantar ao dia seguinte em plena forma.
 
 
 
Os deuses rurais passaram pelo meu cu. Quando eu acordei, me sentia como se tivessem me apaleado com tuberías de chumbo. Tinha dores horríveis e picadas em cada músculo do meu corpo maltratado. Sentei-me ao lado da cama, duvidando se teria energia suficiente para me levantar ou teria que dizer à minha avó que seu querido neto era um petimetre de cidade incapaz de trabalhar três dias seguidos.
Baralhei a ideia de fumar um canuto em plano terapêutico para calmar os dores, mas a avó e eu costumávamos conversar durante o café da manhã e não era tão ingênua quanto para não notar o colocão. Então movi um pé e toquei a corrente de minha mala, que guardava sob a cama. Lembrei-me de alguma coisa, abri-a e saí a garrafa escura com o forçudo e o touro na etiqueta. 'Tônico reconstituinte e vigorizante do Dr. Arcadio Montoya'.
Reconstituído e fortalecedor... murmurei, acariciando o bocal.
Antes de eu me dar conta, ela havia aberto e cheirava o conteúdo. Não era exatamente um aroma embriagador, mas tampouco me deu vontade de vomitar. O que podia ser o pior que poderia acontecer se eu provasse? Se eu ficasse doente, pelo menos teria uma desculpa para ficar na cama. Além disso, havia um pouco de álcool e isso poderia me entonar um pouco. Dei um breve gole e o mantive alguns segundos na boca. Não estava muito ruim. Era como um licor suave com um sabor estranho, uma mistura de romã, café, mel e outras coisas que não pude identificar. Peguei um bom trago e notei um calor agradável no peito. Pus o tampão na garrafa e escondi-a em um compartimento da minha mala.
Se o brebaje funcionasse, supusse que demoraria um tempo em fazer efeito, então tirei forças de onde pude para me vestir com os meus calções de chinelos pretos e uma camiseta azul antiga com o logotipo de um taller mecânico na costas. Fui até a cozinha e quando cheguei por sorte minha avó estava de costas, cortando pão na bancada, e não me viu fazer uma cara de dor quando me sentei à mesa.
--- Bom dia --- disse, tentando manter-me ereto.
—Boas dias, céu —saudou ela. Voltou a cabeça para sorrir-me e esqueci-me por um segundo dos dores— ¿Tens dormido bem?
Ah, sim. De maravilha.
A medida que eu me movia pela cozinha, aproveitei para admirar suas formas redondas. Aquela manhã, seu vestido era branco com finas linhas verticais negras e moradas. Algumas linhas retas que suas curvas convertiam em curvas vertiginosas. Juraria que aquele vestido era uns centímetros mais curto do habitual, pois além das pernas deixava à vista o início dos muslos. Esses magníficos jamones que eu havia visto à luz da lua e morria para ver de novo. Quando se sentou diante de mim na mesa, forcei meus olhos a se concentrarem em seu rosto e ataquei o café-da-manhã. Além disso, além de estar derrengado, eu tinha uma fome atroz.
Você está cansado? Ontem nós nos pegamos um bom trote.
Estou bem. Como novo —menti, qual bélaco—. E tu? Estás cansada?
—O que é isso, filho? Eu já estou acostumbrada —disse, em tom de resignação.
—Entregue-se a ter ajuda, pois vou estar aqui uma boa temporada.
Ah, sim. É uma alegria ter-te aqui, Carlitos. Não só pela ajuda, também pela companhia.
Sua sonrisa se estreitou e os olhos lhe brilharam. Me custou apartar o olhar do seu rosto para untar uma tostada. Estava claro que a pobre se sentia sozinha em aquele casarão afastado da civilização. Sabia que tinha amigas, mas eram maiores que ela, as típicas velhas de aldeia que só sabiam cotillear e queixar-se dos seus achaques. Disse o que disse, ainda era jovem e compartilhar a casa com alguém jovem lhe resultava agradável.
--- Embora meu pai pense que eu quero fugir no Land-Rover, também gostaria de ficar aqui... E tua companhia.
—Ah, mas que charme —disse ela, rindo—. Vem, vem aqui.
Aínda que se levantou, aproximou-se a mim, agarrou-me na nuca e inclinou-se para dar-me um longo e sonoro beijo na testa. Não havia previsto que minhas palavras de carinho (totalmente sinceras, se alguém duvida) provocassem essa reação. Enquanto seus lábios tocavam minha testa eu só podia pensar em que seus peitos Leviatânicos estavam a escassos centímetros do meu rosto. Controlei o impulso de tocar e me limitei a aspirar o aroma agradável a pão quente, fruta e terra húmida que despedia seu corpo. Meu cock ficou duro tão depressa que mesmo para mim foi surpreendente. Por sorte voltou ao seu assento e não reparou no repentino bulto.
Enquanto terminava de desjejunar, percebi que o tônico do depósito estava fazendo efeito. Os dores estavam desaparecendo e notava cada vez mais energia. Não era sugestão, nem se os beijos da minha avó tivessem poderes curativos. O calor que havia sentido no peito ao beber da garrafa estava agora se espalhando por todo o meu corpo, como ondas suaves de força vital. Acho que estou um pouco flipando, mas não sou médico e não consigo encontrar uma forma melhor de descrever o que senti nesses momentos.
Dez minutos mais tarde, no coleteiro, eu me sentia em plena forma. De fato, nunca me havia sentido tão bem, tão forte e energético. Enquanto minha avó fazia tarefas domésticas, eu fui lavar o Land-Rover. Apesar da roupa acumulada, o deixei impecável em menos de uma hora, tanto por fora como por dentro. Quando o viu, abriu muito os olhos e levou as mãos ao peito.
Mas se você o deixou como novo!
—Ah, não estava tão sujo como parecia —afirmei, tirando importância à minha façanha.
Nós nos pusemos a trabalhar no trasteiro e eu me movia como se a gravidade terrestre tivesse diminuído em torno da minha humilde pessoa. Levantava armastos à pulso que o dia anterior não havia podido mover sem ajuda e os lançava ao monte de desperdícios como se fossem almofadas de plumas. De vez em quando a avó me olhava, surpreendida com minha inusitada energia, e muitas vezes nossos olhares se cruzavam, pois eu não lhe tirava o olho do corpo, e não me importava muito em disfarçar. Porque, para minha surpresa, o tônico revigorizante do doutor não-sei-quem tinha um potente efeito secundário: um inusitado aumento do desejo sexual. Podereis imaginar o efeito que teve em alguém como eu.
Comecei a notá-lo após o café da manhã e, meio-dia, era insuportável. Tive que ir ao banheiro duas vezes para tentar aplacar minha exagerada febre. A primeira vez que descarguei no lavabo minha ereção não diminuiu em absoluto. Uma hora depois, quando voltei a mandar meus soldadinhos pelo ralo, ficou morcillona por alguns minutos mas muito rápido voltou a estar dura como um lenho. Para colmo estava obrigado a trabalhar ao lado de uma mulher que já me excitava antes de beber o puto líquido. Se ela se deu conta não demonstrou, mas mirava o cu e as pernas com tanto descaro que teria me sentido um pervertido não fosse porque, nesse momento, apenas funcionava a parte mais animal do meu cérebro.
Aquela hora da uma paramos. Ela pôs-se a fazer comida e eu sentei-me à mesa da cozinha para beber um botelão de cerveja, como já havia feito outras vezes. Normalmente conversávamos um pouco, mas aquele dia eu apenas bebía e a observava se mexer pela cozinha, cantarolando e dando alguns tragos na taça de vinho branco que costumava beber antes da comida. Eu estava mais tenso que as cordas de um piano. Quanto mais a observava, mais medo eu dava por não poder controlar-me, e não podia apartar os olhos dela. Num momento dado, ela se virou e se aproximou da mesa. Foi um milagre que consiguisse olhar para ela na cara e não para as tetas.
—Você está bem, céu? Você está muito calado —disse.
Mirava-me com certa preocupação, mas não demais. Talvez meu estado não fosse tão evidente à vista como eu pensei.
—Sim. Estou bem.
Minha voz me soou estranha, como se fosse outro quem falasse. Ela pegou o garrafão da mesa e o levantou diante dos seus olhos antes de jogá-lo na lixeira.
—Filho, não bebas tão depressa que vais a sentar mal. —Dito isso sorriu, sacou outra cerveja da geladeira, abriu-a e pôs-la na mesa—. Toma, vai, que hoje te o ganhaste. Trabalhou como um leão. E eu que ontem te vi cansado e pensava que hoje ia ter que dar-te o dia livre... ¡Ja ja!
Tomou um gole de cerveja e o pouco raciocínio que me restava decidiu que era boa ideia tentar manter uma conversa. Se me concentrasse em outra coisa, talvez deixaria de sentir como meu pau palpitava entre minhas pernas.
—O que... O que há para comer, avó?
Alvôndegas. Gostas tu, verdade?
---Eu adoro! ---eu exclamei.
Voltou a cabeça e me olhou por cima das óculos. Não parecia zangada, apenas surpreendida.
Desculpe...
—Não faz mal. Seu pai e seu tio também são muito malhablados. Ligo para eles toda a vida, mas nada, nem caso. Olhe que uma vez estávamos na loja de tecidos... Teria seu pai cinco ou seis anos... Pois estávamos na loja de tecidos e...
Ela continuou a falar, contando uma anedota familiar que provavelmente já havia contado mil vezes. Eu apenas a escutava. Estava encharcado em suor e não era somente pelo calor. Me terminei a cerveja de um trago e me levantei. Minha ereção era tão potente que, apesar dos boxers e do chándal, apontava para frente, como um míssil guiado por calor. E a fonte de calor era uma mulher madura que amassava bolas de carne picada, alheia ao que estava prestes a ocorrer. Eu havia perdido completamente o controle dos meus atos.
Coloquei-me atrás dela e pus meus dedos nas suas costas, justo onde as largas nádegas se estreitavam. A tecelã do seu vestido era mais fina do que parecia e notei o calor da sua pele nos meus dedos. Deu um pequeno respingo e voltou a cabeça, com uma sonrisa terna nos seus lábios rosados. Sem dúvida pensava que ia dar-lhe uma inesperada e inocente demonstração de afeto, um beijo na face ou um abraço. Errava. A sua expressão mudou por completo quando notou a minha ereção no seu cu e meus dedos se agarraram às suas tetas como os bichos daquela película Alien se agarravam à cara das suas vítimas. Solteu um grito abafado e uma bola de carne picada caiu das suas mãos na bancada.
--- Carlitos... o que... o que fazes? --- conseguiu dizer. Sua voz soava tremebunda e mais aguda do que habitual.
Eu não falava. Minha respiração era como a de um morlaco prestes a investir (talvez por isso a etiqueta do tônico tinha um touro desenhado). Amassei suas grandes ubres com mais força, tão macias como imaginava que seriam, inabarcáveis para minhas mãos. Apesar das quatro camadas de tecido entre ambos, meu chándal, seu vestido e a roupa interior, pude notar como a ponta do meu estoque se hundia entre suas nalgas carnudas. Finalmente reagiu e tentou afastá-me com as mãos oleosas de azeite de oliva, carne picada e alho.
--- Carlitos, pelo Deus! Carlos!
Ouvi-la gritar meu nome e ordená-la que parasse não me afetou em absoluto. Se apartou da encimera e me levou consigo, grudado como um koala na espalda de sua mãe. Eu rugia de pura excitação animal. Ela gemia e gritava meu nome uma e outra vez, sacudindo todo o seu corpo para se livrar de mim. Agarrou minhas muças para apartar minhas garras dos seus seios, mas não conseguiu. Como já disse, o tónico havia aumentado minha força. Em sua desesperação, minha avó dobrou o corpo para frente, e isso me fez levantar os pés do chão, com grande parte de meu cock embutida entre suas nádegas. Aguardei suas sacudidas como um jinete de rodeo montando uma garota sexy selvagem.
—Solte-me! Carlos, pelo amor de Deus! Para!
Aí, soltei o seio esquerdo e agarrei o ombro direito, rodeando o pescoço com meu braço, mas sem chegar a estrangulá-la. Com a outra mão, desci os calções e as cuecas. Ela gritou e intensificou seus esforços para se libertar. Conseguí levantar-lhe o vestido até a cintura e pude notar a pele suave das nádegas em meu pau. Quando estava prestes a baixá-las calças, as leis da física impuseram-se. Talvez o tônico me desse força extra, mas não fazia milagres; minha avó era mais alta e corpulenta que eu, e finalmente conseguiu se libertar da minha presa. Agarrando-me do braço, me jogou de sua espalda e me empurrou, fazendo-me cair de bunda no chão, com os calções nas pernas e meu rabo tenso balançando-se em todas as direções.
Fiquei olhando para mim, assustada e confusa, enquanto recomponha minha vestimenta. Tinha as faces ardentes, o peito subia e descia rapidamente e o lábio inferior tremia. Em algum momento da refriega havia perdido as óculos e seus olhos úmidos me miravam muito abertos, como se fosse um estranho. Mas eu não estava disposto a render-me. Pus-me em pé, o cíclope agressivo de minha entreperna me olhou fixamente e voltei ao ataque. Me lancei sobre ela com os braços estendidos, procurando novamente seus peitos com minhas mãos ávidas. Então minha avó demonstrou que além de ser forte tinha bons reflexos. Antes de poder voltar a tocá-la, deu um rápido passo lateral e agarrou o manche de uma frigideira. O último que vi antes de perder o conhecimento foi esse círculo de ferro traçando um arco em direção à minha cabeça.

¡PLÁNCA!





CONTINUARÁ... remains unchanged as it's already in Spanish.


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3 comentários - El tónico familiar (1-2).

Muy buen progreso no puedo dejar de esperar la continuacion👹👺