Almamula

Almamula


Relato escrito em conjunto com @paspadohastalos

A Almamula, também conhecida como a Mulanima, é um ser mitológico do Norte da Argentina

Se limprou a cum viscosa e espessa com o lado de mão, escupiu o resto e levantou a vista. A cara oleosa e suada do Padre Juan devolveu um olhar injectado em sangue, esses olhos pequenos e vidrosos como os de uma alimária.

A cock asomava por debaixo da sotana enredada entre as pernas peludas do cura, ia se esvaecendo ante os olhos de Alma, desaparecia como uma lombriz sob as pedras. A igreja estava escura e silenciosa. Às horas de bochorno nenhum cristão asomava as narinas fora das casas. Alma se incorporou e se aproximou do altar para beber um trago de vinho missal, queria sacar o gosto a cum de velho, derramou a copa sobre o pano branco, maldizendo a cruz que presidia o retábulo.

Saiu caminhando pela nave principal sem atender aos reclamos do cura que seguia sentado no confessionário. Cruzou a praça principal, o sol martelava sua cabeça, as lagartijas fugiam ao seu passo, pensou em se dirigir para casa, extraía seu irmão ou algum outro homem jovem que pudesse satisfazê-la.

O cura não lhe havia tocado um cabelo. Sentia-se quente e agora queria desquitarse, sacar de esse páramo infernal um pouco de prazer que a calmasse a ansiedade. Queria cock.

Pensou em seu irmão….esse pobre inocente que nascera como embrujado, que passava horas mirando o teto, nunca se soube se sua cabeça estava na terra, lunático, extraviado, mas pelo menos ele sempre estava pendente de satisfazê-la, era quem horadava sem piedade seu cu hambriento, quem se prestava para servir-lhe de assento enquanto passava horas e horas bebendo os jugos que emanavam das suas entranhas. O pobre se asfixiou sob as sábanas enquanto Alma o submetia a seus caprichos.

Quem ou onde então? Onde mais ir nesse povo endemoniado?. Povo cheio de gente que a apontava com o dedo e a acusava de puta sem reparar que quase todos viviam gozando do seu corpo. Povo esquecido de Deus.

Bajo o sol abrasador da siesta recordou as manos cravadas do pai recorriam-na anos atrás. O seu hálito aguardenteoso, a sua barba afiada, os seus beijos ansiosos da pele fina. Recordou o seu suor na espinha cada vez que se levantava sobre ela. Seu sexo aberto por seu cock que lhe parecia enorme e que no final não era tanto em comparação com outras que conheceu ao longo dos anos. Se aqueceu mais com o recuerdo e sentou-se na praça debaixo do único árvore com as pernas abertas. Passava a mão por baixo da saia acariciando sua use the word: pussy úmida. Sentou-se com a mirada perdida no vazio, recordando como foi seu primeiro orgasmo com o cock paterno dentro. A onda de prazer desconhecido que percorreu seu corpo inocente e os gritos que saíram da sua garganta que atraiu as vizinhas. Recordou amargamente aquela tarde em que deixou de ser Alma e se converteu na puta do povo. Dois jovens que não conhecia passavam pela vereda. Iam ao bar e a viram. A viram sentada debaixo da árvore com as pernas abertas e se aproximaram com sorrisos sinistros. Ela sabia que havia encontrado o que buscava. Sem demasiado preâmbulo, os recém-chegados convidaram-na a acompanhá-los, o bar vazio e silencioso às essas horas, o piso de terra apisonada, duas mesas e um triste balcão atrás do qual dormia o dono. Sem pedir permissão, os recém-chegados juntaram as mesas e a acostaram sobre o altar improvisado. Sujetaram suas mãos e tornozelos bem separados, como se ela fosse resistir a dois cocks novos... Os deixou fazer crendo que a submeteriam a novos e desconhecidos prazeres. Lhes arrancaram as roupas sem delicadezas, como quase todos faziam e começaram a olhar com olhos lascivos suas tetas, seu sexo transpirado e transitado. Seus joelhos gastados, sua pele cenicienta. Olhavam e não tocavam seu sexo peludo e sedento que suplicava cock. Alma esperava que esses males a coghessem, mas em vez disso se aproximaram do balcão e agarraram uma garrafa de ginebra. Faziam um buche e escupiam-na sobre ela um por vez até esvaziarem a garrafa e deixaram-na cheirando a álcool e saliva. O calor fez que as moscas começassem a voar sobre seu corpo nu. Depois, esvaziaram as cinzas frias do brasero sobre sua pele graxa. Cegos os olhos de cinzas sentiu um ardor repentino na pele. Agora lhes atiravam as brasas queimando sobre ela. As gargalhadas saíam estrepitosas das suas bocas sem dentes. Alma se retorcia de dor e asco ante cada brasa que caía sobre sua pele. Depois, tiraram os cintos e começaram a açoitá-la sem piedade, sacando sangue e gritos em cada golpe.

Pensou que tudo havia terminado quando soltaram as amarras, mas o que fizeram foi pior. Acalcaram seus gritos com um freio de cavalo e ataram seus braços e pernas com pesadas correntes. Sem parar de golpear suas carnes degarradas a pegavam por turnos pelo cu, gemendo e golpeando-a descontrolados.

Depois de um lapso de tempo que poderiam ter sido minutos ou dias, Alma não sentia mais, via apenas algumas sombras através das lágrimas. Sentia que não podia respirar, que o coração a abandonava em cada latido. Sentia o único desejo de que todo esse dolor terminasse de uma vez.

Sua última visão foi a do cura parado na porta do boliche pajeando-se e olhando como era violentada. A maldizia-a aos gritos no nome de Deus por seus pecados sujos e sua vida ao borde da palavra. Seus olhos se fecharam e a paz pareceu chegar a ela.

Ao despertar, já entrada a noite em meio a um descampado, tudo era irreal. Sentia-se estranha, despreciada e suja, cheia de pelos e angustiada. Sem entender por quê, havia se transformado em uma mula gris extraña que arrastava correntes e sofria dores espantosas. Galopou fugindo em direção ao seu destino, em busca da noite infinita e sua redenção...