No te muevas. Relato para ellas. Parte 1

Não te esqueças de comentarNão te moves. Dou um salto, assustada, e fico imóvel, obedeço à voz que apareceu atrás de mim. Noto os batimentos do meu coração frenético e tenho medo que ela também o ouça. Solto as sacolas do supermercado com força, elas chocam contra o chão. Todo o meu corpo está em alerta e meus sentidos mais receptivos que nunca. Oúço algo se partir, talvez a garrafa de vinho branco que havia comprado para jantar ou uma lata. Seja o que for, agora não é importante.

A voz feminina deixa de ser apenas uma voz: noto suas mãos descendo pela minha cintura. Ela para em meu traseiro, apertando-o. Um leve tremor instala-se no meu corpo e é então que começo a sentir o medo, ou melhor... pânico.

— Abre a porta. E apure — me ordena, com uma tranquilidade que me desconcerta.

Introduzo uma mão no bolso e busco entre telefone, carregador, lápiz de sobrancelha, carteira e tickets antigos do caixa e supermercado, tentando encontrar as chaves, apressada.

Ela continua a percorrer meu corpo de forma violenta, provocando-me arrepios. Encontro as chaves e faço vários tentativos para meter na fechadura, até que me as arranca das mãos e abre a porta em apenas alguns segundos. Me empurra adentro e fecha com um portão.

Quero gritar muito alto, mas noto um nó na garganta que me impede. Só posso pensar no puto e não consigo fazer nada.

Me arrinco contra a parede, pegando-me a ela, e se encarrega de desfazer-se da roupa que eu estou usando. Fecho os olhos com força e quando os abro meu vestido está no chão, rasgado. Era um dos meus favoritos. Ela está de preto e não posso ver o seu rosto. A máscara de couro cobre a sua cara. O que sí aprecio com clareza são seus olhos cinzentos penetrantes.

Minha agressora toma um pouco de distância para observar meu corpo nu com atenção. Sinto vergonha. O sutiã está na outra ponta do apartamento. Tento cobrir minhas zonas mais íntimas com as mãos, mas ela volta a se aproximar e as aparta com um golpe. Eu abraça o pescoço, fazendo-me girar a cabeça para um lado e começa a mordê-lo com força. Sinto um suspiro, não sei mais se é por vergonha, angústia, medo ou... por uma quase imperceptível excitação que começo a sentir.Continuará...[/]tamanho]

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