A Apanhação (3ª Parte)

Esta é uma parte softcore, mas importante para o resto do relato. Tenham paciência.

3

Por uns dias não foi de Clara. Sentia vergonha de olhar frente a sua amiga, quando se havia acostado com seu esposo. Nunca lhe havia passado. Na verdade nunca se havia acostado com um homem casado e essa sensação clandestina a tomava desprevenida. Por outro lado reconhecía que havia valido a pena. Havía cumprido seu sonho. Ser infiel e desfrutar de um verdadeiro depredador profissional. Havía ouvido suas amigas comentar como se comportavam os acompanhantes masculinos que algumas contratavam e este não tinha nada para envidiar, e além disso foi tudo produto das vontades e do desejo, sem dinheiro em jogo. Não houve simulação alguma.

Recém há uma semana longa desse acontecimento se atreveu a regressar à casa. A mucama a fez passar e Clara a recebeu como sempre, repreendendo-a por não ter ido durante tantos dias visitá-la.

- Estou muito ocupada, se justificou Eva.
- Bem, espero que as suas coisas agora tenham organizado novamente, disse Clara para logo seguir conversando sobre outras coisas.

E no entanto havia algo na mirada de Clara que incomodava a Eva. E nisto as mulheres têm um sexto sentido. Estava segura de que alguma coisa suspeitava, mas não sabia como obter alguma pista.

- As coisas com o seu marido andam bem? Perguntou por fim não suportando mais a dúvida.
- Sim, Eva, melhor que nunca. Não quis ofender-te, mas há alguns dias que nos levamos como nunca.
- Me alegra. Seguramente passa mais tempo em casa.
- Não, para nada. O que passa é que faz muito tempo que descobrimos que a rotina termina por destruir o casamento, então sempre tratamos de criar situações de interesse, jogos, simulações, que nos permitam desfrutar um do outro.
- Que interessante, pode me contar? Talvez me sirva para dar novos bríos ao meu casamento, disse Eva intrigada.
- Pues é... Muito simples. Com meu esposo inventamos uma fantasia. Suponhamos, uma terceira pessoa. Um homem ou uma mulher segundo o caso. E ao fazer o amor simulamos que somos ou estamos com essa pessoa, segundo o caso, é claro. Se for um homem, é com esse homem com quem estou me acostumando e meu esposo joga esse papel. Se for uma mulher, pois à inversa, e esse mudança nos excita terrivelmente a dois.

- Um jogo de papéis, que bem, mas enfim, todos de uma maneira u outra o fazemos, às vezes participando do outro, às vezes guardando o segredo, disse Eva decepcionada.

- Espere, deixe-me terminar, porque não é tão simples. Primeiro imaginamos o terceiro como eu te disse. Vou dar um exemplo para que fique claro. Suponhamos que meu esposo sugere que gostaria de se acasalar contigo. Não te ofendas, é uma suposição, nada mais, disse Clara com cara de inocente.

Eva começou a tremer. Algo estava passando que ela não imaginava.

- Cuéntame mais, disse com um fio de voz.

- Perdão, mudo o personagem se te molesta, disse Clara suavemente.

- Não há problema, é uma suposição, não me molesta.

- Bem, como eu disse. Um bom dia meu esposo sugere que gostaria de se acasalar contigo. Então eu trato de me aproximar de ti e conhecê-lo a fundo para poder imitar seu estilo, seus movimentos, sua forma de falar, enfim, tudo aquilo que te identifica e que chamou atenção de meu esposo.

- Claro, e então quando te acasala comigo imitarias, disse Eva.

- Exato, mas teria que conhecer suas reações mais íntimas, e essas não saem normalmente em conversas intrascendentes. Então, buscaria a maneira de ver suas reações frente a situações eróticas. Buscaria a maneira de que, por exemplo, visses um vídeo onde meu esposo aparece bem sexy para saber como reagirias se estivesses com ele.

Eva saltou do assento como um resorte. De repente a luz se havia feito em o que vinha ocorrendo desde há um tempo. Compreendeu de pronto o interesse da nova vizinha em conhecê-la e tratar com ela, apesar da diferença social que tinham. Sentiu-se usada e enganada.

- Mira Clara, não me agrada o que estou pensando.
- Senta-te um minuto, e então podes sair se quiseres, disse Clara com uma voz firme onde toda a doçura havia desaparecido. Eva a olhou por alguns segundos e compreendeu que de nada serviria que se fosse. Voltou a sentar-se completamente derrotada.

- Esta casa, como sabes, tem câmaras em todos os lados. Deixaríamos a pessoa que escolhêssemos como prisioneira, sozinha para que desfrute da película com total liberdade e mostre suas sensações verdadeiras.
Depois, ao vê-la com meu marido, começamos a excitarnos e a ter relações fabulosas, mas a coisa não termina aqui. Se vou imitá-la, então preciso ver-te em ação na cama, e bem, despertada tua curiosidade, é fácil organizar as coisas para que meu marido possa encontrarte sozinha contigo um par de vezes, até que o mistério do proibido termine por arrasar com todos os preconceitos e barreiras que a sociedade nos cria ao longo do tempo. É assim como essa pessoa termina se acostando com meu marido. E a partir daí, durante bastante tempo, desfrutamos muito assistindo uma e outra vez o vídeo onde meu marido e a escolhida consumam sua união, apenas impulsionados pela luxúria.
Dir-te-ei que fazemos várias dias que estamos passando muito bem com meu marido graças a ti, completou Clara.

Eva ficou imóvel, paralisada. Tudo havia sido uma emboscada e ela havia sido a presa propiciatória para que esses dois libertinos dessem livre curso à sua luxúria.

- Nunca me senti tão usada e defraudada, alcançou a expressar Eva.

- Tampouco o tomes assim. Me parece que a parte que recebeste te gustou bastante, pelo menos por o que se pode apreciar no vídeo, disse Clara sorrindo, e além disso, nossa relação não tem por que mudar em nada.

- Eu nunca fiz algo Assim disse Eva quase ao borde das lágrimas.

- Não te preocupes. Agora simplesmente tens que aceitar que eres parte do jogo. E uma parte importante.

- Para qué me necessitas? Se já se divertiram comigo.... perguntou Eva

- Por suposto querida, não vais voltar a acostar-te com meu marido por agora. É parte do trato. Ele voltará a possuir-te quando eu o permitir. A questão é que agora me toca escolher ao terceiro e ali teu papel é importante.

- Não te entendo, disse Eva

- Simples querida. Eu escolhi teu esposo.

O rosto de Eva se demudou. Sentiu que uma sensação de furia a invadia.

- ! Ni em sonhos! , ! Não te acostarás com meu esposo!, gritou levantando-se do assento

- A ver se te calmas, querida. Não se trata de o que eu quero. Será teu esposo quem decida se participa ou não. A partir de amanhã meu marido terá que fazer amizade com ele e trazê-lo a esta casa e veremos o que ocorre

- E se me nego a ser observadora passiva dessa manobra?, perguntou Eva

- Então teu maridito receberá um vídeo muito entretenido onde estás muito simpática com meu maridito, e que uma esposa enganada como eu, não teve mais remédio que pôr em seu conhecimento para que tome as medidas que considere necessárias com sua esposa, enquanto eu me encarrego de castigar a meu infiel marido, disse Clara sorrindo e com um brilho maligno nos olhos

- ! Eres uma filha de puta! Gritou Eva

- Farei conta que não te escutei. Depois de tudo quem se acostou com o marido de outra, para começar foi tu, disse enquanto levantava os ombros

Eva caiu desarmada no sofá. Via como seu casamento se ia pela alcantarilha se seu marido chegasse a ver esse vídeo e por outro lado não aceitava que essa devoradora de homens se mastigasse a seu esposo. Mas não via muitas saídas do problema

- Mature à tua casa e pense tranquila. Se estás de acordo, Nunca mais mencione o tema, e não te enterarás de nada do que passe. Se tudo sair bem, até é possível que me deixe voltar a desfrutar do meu marido dentro de um tempo. Eva se levantou e foi sem cumprimentar. Chegou em sua casa e um ataque de nervos fez que não pudesse parar de chorar, por um bom tempo. Para quando voltou seu esposo havia recuperado a compostura e a decisão estava tomada. O que fosse passar, passaria sem sua intervenção. A Emboscada por pulga53 se encontra sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivadas 3.0