Romina e o putinho da rua Rodney

Essa história e essa foto são dos meus melhores recordações no fabuloso mundo do cornudismo.
Corria o ano 2005 e eu vivia em uma pocilga da Avenida Cordoba. Dando meus primeiros passos como bull, num mundo que ainda não digeria este fascinante esporte. Sem Twitter, sem WhatsApp e sem muitas parceiras querendo exercer a atividade da osamenta, havia que ter muitas ganas e demasiada paciência. Eram tempos em que os celulares não tinham câmaras. Eram tempos em que se um louco subia um post no Poringa dizendo que gostava que se garchassem a namorada, só recebia insultos e cargas.
Eram tempos em que para acessar àquela página quase única de contatos swingueiros disponível, havia que se aproximar a um ponto de jornais que estava
Romina e o putinho da rua Rodney

em Junho e Av. Córdoba e comprar uma chave que vinha em um papelito, divertida.
Assim foi que recebi uma noite um contato que tinha todos os condimentos de ser trucho, porque também isso era uma desgracia: eram as épocas em que quase tudo era falso na internet. O mensagem dizia, estamos pegando em Chacarita, Romina quer coxa. Vem?
Sinto o mesmo que sinto quando a azafata me diz para desligar o celular porque pode cair o avião, sabemos que isso não é muito provável, mas ante a dúvida...
Pedi provas com pouca cortesia, e recebi um telefone de linha, nem sequer um celular.
Saiu à rua chamar desde um telefone público (sim, ainda existiam) para que o gordo que me estava bagunçando não me tivesse filho o resto do ano chamando-me em minha casa.
Deixei soar várias vezes e já estava para cortar, mas uma voz muito baixa me reteve.
Romina soube que era eu, mas eu não me permiti acreditar que Romina era Romina. Simplesmente me deram o telefone de uma cutie com voz de anjo, pensei, isso é fácil de lograr. Mas Romina deu ao céu o tom de um sonho de verão, e sem o pudor dos seus 21 anos, sem saber se eu era um assassino em série e sem rodeios disse: venha ou não venha?
Sim sim, vou, disse pensando qual seria meu próximo movimento nesse xadrez de suspeitas.
Romina mandou uma direção da rua Rodney. Sim, a do Bar.
Ligue para um amigo de confiança e pediu que anotasse aquela direção em que me roubariam os órgãos e despertaria numa banheira com gelo, outra joia da internet daqueles dias. Se não eu ligasse em duas horas venha buscar-me, disse ao Turi.
Cheguei sob uma chuva demencial, porque as coisas importantes, já se sabe, passam um dia de chuva. Caíam gotas de nuca. Toco a campainha e saiu um cockhold que não parecia ter terminado o secundário. Amoroso, simpático, amigável. Me convida a passar e faz uma pausa sob o toldo da garagem, apoia seu cu contra o guardabarros de um Peugeot 504 e desdobra uma lista detalhada de recomendações, pedidos e sugestões para que tudo seja belo e memorável. A chuva rebentava contra o teto de chapas e o piso começava a inundar-se. Olhei para dentro da casa e vi passar uma garota tão esplêndida como essa chuva de verão. Passo de um lado ao outro do seu living, bailando, quase sem tocar o chão, como um fantasma. Deixei de escutar ao namorado que falava sem parar, comecei a sentir uma felicidade muito grande por o que supunha que estava para passar. Devolvi a atenção ao pequeno gênio dos cuernos e uma palmada do técnico me guia até a porta da sua casa. Entrei. Suponho que sorri ao ver Romina. Tudo ali dentro era perfeito, ela bailava e cumprimentava com timidez, desde longe, simulando que lhe interessava mais o tema de Babasonicos do que minha presença.
Eram dois purretes, eram dois gênios que, cegoendo, se foram de mambô e a ela ocorreu gritar-lhe cuck e ao ele explodiu o cérebro, como costuma acontecer.
Aceite uma cerveja quente e sente-se em um sofá do ano 1843. Romina tinha tudo organizado, um baile destruidor com temas perversamente selecionados para seu deleite. Uma coreografia de erotismo espeluznante, apenas descoordenada com a música. Um cuque distante e com a mirada extraviada, fora de si. A cena era cinematográfica. A chuva não parava de castigar os tetos.
A mão de Romina agarrou-me os ovos e aproximando sua boca à minha orelha direita perguntou com simpatia: de verdade tens essa buceta das fotos da internet??
Não fez falta dizer nada, teria sido algo boba e trivial. A puta já tinha vida própria e -como o oitavo passageiro- saiu disparada da minha bragueta. O cuco tremia, murmurava, jadeava...e ainda não havia passado nada. Romina se pendura nos ovos, Romina paja com violência, Romina puxe, Romina saca suas tetas brancas, Romina se agacha e se atraganta muito, muito, muito. Romina escupa a puta. Romina fala com a boca cheia. Romina chupa os ovos até o cu, Romina é uma criatura selvagem. O primeiro que se ouviu quando o final de um tema fez um breve intervalo de silencio foi uma denegrante humilhação para seu namorado.
Tenho medo do fim da bagunça. Nada disso, o cuque era um cuque de verdade, aqui não havia amadores.
Eu me cogo com Rominita como um cachorro selvagem, não sem antes lamber o bumbum como o Quico fazia com sua paleta de cores. Quando estávamos para terminar, o marido surgiu na cena e pediu permissão para eternizar a foda que estava me dando à minha namorada. Sacou esta foto que é minha favorita de todos os tempos e compartilho com vocês, adoráveis cornudos. Os anos passaram, muitas coisas mudaram, mas eu continuo me cogo sistematicamente com todas as namoradas e esposas dos mais gênios cornudos desta maldita cidade.



Pena de declaração: essa foto publicada foi humildemente uma das mais usadas e afligidas na década do 2000 nas redes de party. A foto é minha, eu sou eu e posso demonstrá-lo.