Poema Tatuagens de Nora Méndez
Ninguém lhes aluga uma casa
O sol sempre os delata
Deslizando-se informais
Desatando a ficção
Na discussão miope do toque
E seu território
No centro da mancha
Indelével ou passageiro
Está o corpo
Templo de todos os tempos
Corpo
Amado e exposto
Odiado e lapidado
Callado na tortura
Corpo aborrecido
Até o ponto da lipossecção
E da cirurgia
Corpo combatente
Incinerado ao final da guerra
Corpo de mulher decapitada sob pontes
Em terrenos baldios e cais de águas negras
Corpo de criatura
No lixo dos não desejados
Hoje por hoje
Os tatuagens perguntam
Pelos seus desaparecidos corpos
À polícia
Tatuagem Holocausto
Número da morte
Mas também
Tatuagem bandeira
Graffiti íntimo
Esta é a história revertida
O que diria Tommy Hilfiger
Ao passar pelas ruas de Améyummy Latina
Onde milhares com seus tatuagens gritam:
Corpo meu
Marginal e mal vestido
Ninguém poderá ver-te passar
Inadvertido?
Se você chegou até aqui, não custa nada comentar... 😊 😊 😉
1 comentários - Quando o corpo é um pano.