Abrazos

Este abraço, mulher, veste o meu corpo
da túnica azul da tua arrebatada,
maréa do teu mar, contra as rocas
firmes e eretas do meu acantilado.
Cubra-me de ti mesma, que ao ceñir-me,
teus lábios com os meus amordaco,
e apenas a alma me falará nos teus olhos,
e transmitirá os teus sobressaltos.

Estreita o cerco, que ainda não somos um,
que dois é quase tanto como vários…
Desliza a perna entre as minhas coxas,
que ao meu tigre desperta como uma chicote,
e em ímpeto selvagem se lança
hacia ti incontrolável, incontrolado.
Abraço vertical, exuberante,
nódo incondicional, abraço íntimo.

As águas torrenciais afastaram-se; o cenário foi devastado pelo seu passo; desatou-se a ligação firme e a paixão degenerou em letargo. Meu cúmplice, meu amante, jaz exausta ao meu lado., e os braços que foram energia, agora estão descansando.